Motivação Pessoal PNL

A Caminhada

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Quando perdi o emprego dezesseis anos atrás, desenvolvi um quadro de depressão profunda que me deixou em um quarto, sem coragem de sair pra muita coisa (mais detalhes nesse post).

Foi muito comum ouvir coisas como “que frescura“, “enfrente a vida“, “sai dessa!“, “você precisa ver gente, sair de casa!” etc, comentários que, frequentemente, associavam uma doença séria à preguiça, falta de motivação, ausência de “positividade” e coisas do gênero, como se, em um passe de mágica, eu fosse capaz de me levantar e ir viver minha vida.

Convenhamos, eu sei o quão desafiante é perceber que o mundo não entende o quadro que se instala e, muitas vezes, essa ausência de compreensão vem de pessoas próximas e que amamos, o que não facilita em nada (e dói muito).

A Crise

Ao longo da minha vida, fiz uns cinco anos (ao todo) de terapia e isso me ajudou bastante. Me tirou da crise inúmeras vezes e me fez sair do quarto, voltando à vida. Entretanto, quem já passou (ou passa) por isso, sabe que a depressão é um fantasma “gerenciado”: é algo que precisa de constante monitoração e de ações permanentes para mantê-lo afastado.

De fato, depois da segunda crise, passei a ficar mais afinado nas minhas percepções. Desenvolvi a habilidade de reconhecer em mim os sinais da doença e procurar ajuda em seus estágios iniciais. Isso me ajudou muito, pois encurtou bastante o tempo necessário para voltar ao meu “eu“, principalmente no que diz respeito a parar de tomar quaisquer medicações relacionadas que, me desculpem os terapeutas, afetam (e muito) a qualidade de vida do paciente.

Hoje, posso afirmar com felicidade e um sorriso no rosto que o fantasma da depressão está bem longe. Meu intuito com esse texto é descrever o que funcionou para mim e alguns pontos de atenção. Importante registrar que não sou médico, psicólogo ou psiquiatra e não cabe a mim fazer diagnóstico ou receitar nada. Apenas acredito que o relato da minha experiência pode ajudar alguém.

Os Passos – Propósito

Inicio não necessariamente em ordem cronológica. Olho para o caminho que percorri e lembro que ter um propósito é fundamental para a manutenção de uma saúde mental. Não entrarei em detalhes sobre o assunto – não por não achá-lo importante (pelo contrário), mas porque já escrevi sobre o tema. Para entender melhor, recomendo ler esse post sobre o assunto.

Os Passos – Ajuda Profissional

Em segundo lugar, é muito importante entender isso: procure ajuda profissional. Eu acredito que um sem número de coisas ajudam a manter a depressão afastada (mais adiante), mas apenas um psiquiatra (e medicação adequada), podem tirar alguém de uma crise depressiva séria, de forma eficaz.

Ainda, ao obter ajuda, faça questão de levar as pessoas mais próximas para conversar com o terapeuta. É primordial que as duas / três pessoas que mais convivem com você entendam do que se trata e saibam como se comportar e ajudar quem vive uma crise depressiva.

Os Passos – Bem Estar / Saúde Física

Ainda sobre ajuda profissional, vejo que o bem estar físico ocupa um importante lugar. Obesidade / sobrepeso não ajuda em nada em quadros depressivos e são destruidores da auto-estima. Exercitar-se e ter uma boa alimentação são a base para manter afastadas inúmeras doenças, inclusive a depressão, mesmo se você não estiver acima do peso.

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Este acima sou eu, com 29 anos. Estava pesando 140 quilos. Alguns meses longe da crise, ainda lutando, mas começando a voltar para o mundo e a me relacionar novamente com a sociedade.

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Hoje, com 42 anos, vou à academia religiosamente todos os dias. Acordo às 5:30, treino por uma hora e o dia começa diferente.

Para mim, exercicio físico é um remédio, apesar de amar me exercitar, ver pessoas e conversar com minha personal trainer. Tenho a consciência de que isso faz parte da terapia necessária e é indispensável à minha qualidade de vida.

Além do exercício diário, está bem documentado que a ausência de certos nutrientes pode exacerbar quadros depressivos. Uma das coisas que mais me ajudou a deixar a doença de lado foi a correta orientação médica de um nutricionista e de um ortomolecular, que enxerga o paciente de forma holística e costuma detectar deficiências nutricionais que, normalmente, os médicos tradicionais não detectam. Sei que esse é um assunto controverso; a dica aqui é: procure orientação profissional, também, para uma alimentação saudável, para exercícios físicos e para sua saúde em geral.

Os Passos – O Peso que Carregamos Conosco

Ah, o peso que carregamos nas costas.

Livrar-se dele tem implicações das mais diversas – desde selecionar melhor as amizades como a postura física e mental. Livre-se daquilo que não é seu!

Em 2001, eu posso afirmar que me achava uma pessoa realista quando, na verdade, ao tentar me “preparar” para o pior, esperava o pior, achava o pior, falava o pior e me comportava para o pior.

Quanta ingenuidade! Hoje tenho a certeza de que a melhor forma de se preparar é pensar o melhor, falar o melhor, achar o melhor e se portar como vencedor!

Aprendi, ao começar a estudar a Programação Neuro Linguística (PNL), que uma tríade de fatores, de igual importância e que mutualmente se influenciam, são a base para uma saúde física e mental.

Também chamada de tríade do sucesso ou tríade da mente, ela contém fisiologia (postura), linguagem (o que você diz e como você diz) e representação interna (como você enxerga o mundo).

Em termos práticos e de uma forma simplista, ter uma postura arqueada e cabisbaixa apenas promove a acentuação dos sintomas. Uma linguagem negativa não ajuda e uma representação interna pessimista contribui para a perpetuação do quadro.

Entretanto, como existe uma relação direta de influência entre os elementos da tríade (e é aí onde está a mágica), trabalhar cada elemento individualmente altera os demais.

Faça o teste: fique arqueado, cabisbaixo e com o semblante sisudo por poucos minutos e perceba como se sentirá triste. Agora, faça o oposto: estufe o peito, endireite a coluna, erga a cabeça e ponha um sorriso no rosto, mesmo que, inicialmente, seja mecânico: verá que, em poucos minutos, seu humor mudará positivamente.

Se você acha isso maluquice, sugiro assistir esse excelente TED de Amy Cuddy.

Tome um banho, arrume-se, corte o cabelo faça a barba… retorne a hábitos simples e saudáveis que podem parecer irrelevantes, mas que ajudam a dar cada passo importante na direção correta.

Ainda:

“Nós somos 10% o que acontece conosco e 90% como reagimos ao que acontece.”

Eu sei, para quem está em depressão, será desafiante fazer isso. Estou falando de pequenos passos! Sair de um quadro depressivo exige paciência e pequenas ações diárias. Ao tornar essas ações um hábito, ficará cada vez mais fácil mantê-lo longe.

Os Passos – a Programação Neuro Linguística (PNL)

Já que mencionei a PNL, seria no mínimo incompleto falar sobre essa caminhada sem detalhar a questão, que tem facilitado bastante o desafio de manter a depressão longe.

Fui apresentado ao tema no ano passado por uma amiga, que fez um treinamento vivencial chamado Life. A partir de então, tornei-me ávido estudante da PNL e, de fato, ela tem transformado a minha vida.

Colocando de uma melhor forma, a PNL tem me permitido ver o mundo de uma forma diferente. Mais eficiente e mais positiva, trazendo ferramentas que uso no meu dia-a-dia.

Fiz dois treinamentos vivenciais (Life e ROI – Realizando o Impossível) e estou concluindo minha formação em Practitioner.

A partir daí, encontrei toda uma nova motivação para buscar minha evolução como ser humano, estudando novos temas, voltando ao hábito da leitura e procurando compartilhar essa vivência com as pessoas com as quais me relaciono. Muitas pessoas que convivem comigo afirmam e reafirmam que as mudanças foram profundas e bastante positivas!

Os Passos – Os Sistemas Aos Quais Pertence

Jim Rohn disse que somos a média das cinco pessoas com as quais mais convivemos. Há muita controvérsia em torno dessa afirmação. Particularmente, encaro como uma linda metáfora de como somos resultado das pessoas com as quais convivemos e nos influenciamos mutuamente. Trata-se de um ciclo: atraímos as pessoas que se parecem conosco e elas nos influenciam profundamente.

Ouso afirmar que, se você está em um quadro depressivo, é provável que se relacione com pessoas negativas ou igualmente depressivas. É normal que, por exemplo, interaja socialmente (fisicamente ou pela internet) com pessoas, notícias, posts, coisas (em geral) negativas ou que fomentam o quadro depressivo.

Afastar-se disso, sim, ajuda. Mais uma vez, não é nada fácil e pode se tornar, talvez, o maior de todos os desafios e, até, fora do alcance. Entretanto, se você puder fazer algo a respeito, faça, mesmo que em ações homeopáticas diárias. Tornar a questão consciente já é um passo na direção certa.

Doar-se

Fazer a diferença na vida das pessoas, participando de ações sociais e de caridade, pode ser um grande trunfo para manter o fantasma afastado e tem o potencial de ajudar a encontrar um propósito.

Muitas pessoas encontram seus propósitos no trabalho e, quando perdem o emprego, seus mundos caem em ruínas. Isso aconteceu comigo. Encontrar algo que lhe traga felicidade fora do trabalho pode ser mais fácil do que você imagina. Não existe nada na face da terra que traga maior sensação de preenchimento e plenitude do que ajudar ao próximo. Existe, inclusive, razão fisiológica para ser assim.

Você não precisa necessariamente engajar-se numa ONG ou lutar contra o aquecimento global. Você pode adotar um gatinho ou um cão; pode ajudar lares de idosos, ensinar comunidades carentes ou até dar aulas aos amigos nos fins de semana. Pode participar de algum projeto social com ou sem fins lucrativos. O que importa, no fundo, é ajudar sem esperar nada em troca. 

O Resultado

Cinco anos sem crises. Cinco anos afastando o fantasma da depressão para cada vez mais longe, sem mais a necessidade de terapia ou medicamentos. Trata-se de um esforço constante, um conjunto de ações desempenhadas todos os dias, que começam ao acordar. A cada dia, subo mais um degrau em direção à felicidade, ao sucesso pessoal, profissional e à realização.

Acho que todos esses passos que mencionei, como grandes elementos que ajudam na luta contra a depressão, tiveram o efeito colateral de fazer de mim uma pessoa melhor.

Será que eu teria naturalmente, ao longo dos últimos quinze anos, experimentado essa caminhada, caso não tivesse depressão? Quem sabe.

Particularmente afirmo (emocionado): gosto de acreditar que esse foi o lado positivo da doença: eu evolui como ser humano, experimentei uma série de coisas que não só me devolveram o amor pela vida como me fizeram crescer.

Literatura recomendada:

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