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Das Metáforas da Vida e a Nossa Real Visão de Jornada

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Como está a vida, na sua opinião?

Já se deu conta de que é bastante comum usarmos metáforas para qualificar nossa vida pessoal e profissional?

Como andam essas metáforas?

São positivas ou são negativas? São em detrimento de algo ou alguém ou somam positividade? São polarizadas?

A sua vida é uma batalha, uma guerra, onde há mortos, feridos e gente sangrando para todos os lados?

Está repleta de sangue, suor e lágrimas?

Antes de prosseguir, é muito importante diferenciar a luta natural e inerente à nossa vida com a associação dessa luta a situações negativas. Faz parte do ser humano lutar pelo que se acredita, lutar por propósitos e ideais. Lutar contra a natureza e pela nossa sobrevivência. Lutar pelo que achamos ser o certo e contra a maldade. A nossa própria evolução está muitas vezes associada ao lutar, ao vencer e a um sucesso através de vitórias. Somos predadores e por milênios caçamos outros animais para sobreviver.

Sendo mais objetivo: certamente existem momentos em nossas vidas onde essa luta terá consequências para você e para pessoas que você ama. Existem momentos onde os inimigos se apresentarão e você terá que necessariamente lutar contra eles e pelo que você acredita, para sobreviver e proteger os seus.

“Assim que você substituir os pensamentos negativos com positivos, você começará a ter resultados positivos.”
Willie Nelson

Entretanto, o fato de uma situação assim ser possível não significa que temos que usá-la como modelo e padrão para qualificar nosso dia a dia.

Você costuma encarar pessoas da sua família, parceiros de negócio, parentes, clientes ou colegas de trabalho frequentemente como soldados ou inimigos em uma guerra?

Veja como isso diz muito sobre a forma atual como você encara os desafios e, se esse for um hábito seu, pode indicar também uma visão negativa e não muito saudável da vida. Se em algum momento da nossa história a guerra foi relatada com romantismo, convenhamos, não há forma de vê-la positivamente e ela retrata, na minha humilde opinião, o pior estágio que o ser humano pode chegar. Apesar disso, perceba como muita gente à nossa volta usa esse tipo de colocação.

Faça uma auto análise do momento que vive e das pessoas que cercam você: marido, esposa, namorada, chefe, funcionários… Especialmente a forma de se comunicar: você tem pensado ultimamente em um modo polarizado, preto no branco, certo vs. errado?

“Ódio. Já causou muitos problemas nesse mundo mas ainda não resolveu nenhum.”
Maya Angelou

Para que você tenha sucesso é necessário que alguém fracasse? Para que seus planos tenham sucesso, você precisa sacrificar alguém que não cometeu erro algum, direta ou indiretamente? Sua vida resume-se a um campo de batalha com vencedores e derrotados?

Entenda que, apenas em nome da figura de estilo e linguagem, você está sendo levado a instaurar crenças limitantes, dor e dificuldade onde não há necessidade.

Se você ainda acha que está tudo bem, que usar metáforas negativas não tem impacto na sua vida, sugiro ler um pouco sobre o erro de otelo, algo que já mencionei antes. Trata-se de um termo usado inicialmente pelo renomado psicólogo Paul Ekman no livro “Telling Lies“.

Dele, temos duas questões pertinentes aqui: a primeira é a tendência de agirmos como culpados quando sob stress. Em outras palavras, é a tendência de agirmos de forma incompatível com o nosso sucesso ao sentir que fracassaremos.

A segunda é a tendência de ver tudo negativamente se assumirmos uma premissa ou postura negativa. Ao usar metáforas negativas e associar um desafio a situações de perda, confronto e tantas outras, estamos nos condicionando a uma espiral negativa.

Ou seja, iniciamos um ciclo negativo, entramos nele e nós mesmos tornamos difícil sair dele. De fato, nossa realidade passa a ser moldada pela visão negativa que temos. A metáfora pode surgir em um momento doloroso da nossa vida, provocada por uma perda por exemplo, mas ela fomentará a dor e moldará nossa visão de realidade, iniciando uma cadeia de percepções cada vez mais danosa.

 “Não enxergamos as coisas como são; enxergamos as coisas como somos.”
Anaïs Nin

Além disso, ao usar metáforas negativas para exemplificar nossas experiências, adicionamos sofrimento, morte, elementos intransponíveis e somos levados a separar as pessoas com as quais convivemos entre amigos e inimigos. Qual a real necessidade disso? A frase ficar bonita? A colocação ressoar?

Talvez seja a nossa necessidade de provar e mostrar para todos que estamos dando o máximo de nós mesmos ao ponto de sacrificar tudo aquilo que nos é raro e caro?

Um concorrente seu não precisa ser necessariamente um inimigo e você pode aprender muito com o seu comportamento. Quem dirá pessoas que estão ao seu lado! Evite julgá-las como inimigos poque não compartilham da mesma opinião que você. A diversidade não só é necessária como fundamental nos dias de hoje.

Pessoas que pensam diferente, reunidas, tem o potencial para realizar o fantástico. A diversidade é a massa crítica para coisas extraordinárias!
Romulo M. Cholewa

Pensar diferente não torna ninguém seu inimigo (mas é assim que tendemos a nos comportar). Na realidade, trazer uma opinião nova à mesa pode ser o fator fundamental para o SEU sucesso. E se você se permitir mudar de opinião, pode experimentar uma sensação de renovação única!

Então você acha que há malícia e maldade para todos os lados? sugiro ler o texto da semana passada sobre a Navalha de Hanlon.

Se me permite uma sugestão simples e super saudável: use metáforas positivas! Procure encarar os seus desafios e, principalmente, as pessoas ligadas a eles, como parceiros! Elimine barreiras!

Procure associar os seus desafios a coisas prazerosas. Enxergue o bônus e não o ônus. Motive e incentive mostrando o melhor das situações e não pelo medo! Esconda o chicote, trabalhe no sentido da colaboração, do aprendizado constante. Ensine, compartilhe! Dê exemplos de superação, associe a luta de cada um à evolução, ao sucesso, à vitória, à conquista! Mostre o crescimento (profissional, pessoal, material, interno, etc.) que será obtido com o esforço.

Ao tocar nesse tema, permitam-me uma divagação:

Diante de um desafio, de um evento, teremos perdas e ganhos. Em um primeiro plano, conseguimos enxergar apenas a parte racional. Mas o que realmente importa, o driver real, está abaixo da superfície. Ele está escondido no seu cérebro reptiliano, onde está seu instinto, seu sexto sentido. Enxergar isso é fundamental para que você consiga se motivar de forma positiva e usar as metáforas apropriadas. Se você é um líder, é muito importante enxergar isso nas pessoas.

Um exemplo prático do que ocorre tipicamente nas empresas hoje em dia:  um bônus para quem encerrar março com 25% da cota de vendas batida.

Para a maioria das pessoas que lê essa frase, pensará que a motivação é o dinheiro. Agora, tente visualizar o que você pode fazer com esse dinheiro. Pense que você pode colocar seu filho uma escola melhor, fazer aquela viagem com sua esposa, contratar um melhor plano de saúde ou comprar um carro maior para a família.

Uma pessoa que foca no tangível pessoal percorreu metade do caminho. Mas a cereja do bolo é outra. Quem focar nos benefícios que dizem respeito ao bem estar da sua família, acertará em cheio e tornará a pessoa muito mais motivada do que pela cifra em si ou bens materiais.

Um líder que mostra bônus dessa forma para seus colaboradores certamente terá um argumento mais forte e motivará melhor sua equipe, muito mais  do que demitir aqueles que ficarem entre os 20% piores (prática comum hoje em dia, instituída na década de 70 por Jack Welch, então presidente da GE).

Voltando à questão, lembre-se: linguagem, postura e representação interna se influenciam. Isso é totalmente documentado na literatura há dezenas de anos. O que o impede de usar exemplos e metáforas positivas e saudáveis, permitindo que isso permeie a sua existência de forma positiva? Não temos nada a perder.

Ah! Antes que eu me esqueça, vou soltar uma frase aqui para vocês pensarem:

Dizem por aí que…

A felicidade está na jornada e não no destino.

Se as metáforas são a verbalização da sua ideia de jornada, talvez… apenas talvez, seja possível verificar se estamos felizes pela qualidade das metáforas que usamos.

 


A imagem desse texto foi extraída do site DevianArt. O original e detalhes sobre a obra podem ser acessados clicando aqui.
https://djahal.deviantart.com/art/R-U-S-E-Matte-painting-01-184248835

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