Coaching Motivação PNL Vida em Geral

O Outro Lado da Moeda

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Tratemos de um tema potencialmente polêmico e impopular.

É raro ver artigos e livros que dão atenção à questão, mesmo que indiretamente.

Durante a minha caminhada de desenvolvimento pessoal, deparei-me com muitos pensamentos e estratégias válidas, amplamente divulgadas e usadas em larga escala, com um bom apelo de marketing, mas que, de certa forma, ignoram um pouco a complexidade do ser humano, da sociedade e do mundo em que vivemos.

Eu acredito fortemente em alguns conceitos que aprendi ao longo dos anos e vivo minha vida pautada neles. No que diz respeito a esse texto, destaco:

Dito isso, perceba como a comunidade da auto ajuda, coaching e motivação repete à exaustão que, para ser feliz e ter sucesso, você deve fazer aquilo que está alinhado aos seus valores, propósito e missão. A frase comum que traduz isso é algo assim:

(*) “Se você trabalhar com o que gosta, não precisará trabalhar mais nunca na vida.”

Já viu ou ouviu isso em algum lugar? É familiar?

Eu concordo com a frase e me incluo nessas comunidades. Escrevi profilaticamente sobre o assunto aqui no blog –  ensinando o caminho das pedras direta ou indiretamente.

Entretanto, existe um lado adicional à equação que não exclui as afirmações e considerações anteriores: é apenas mais um lado, contudo, negligenciado ou omitido.

Essa é a razão deste texto. O outro lado da moeda.

De cara, faço uma constatação: não há lugar para todos se a população da terra conseguir fazer o que gosta. Essa é uma impossibilidade logística, real e, por enquanto, necessária.

Se um dia a sociedade automatizará empregos e necessidades humanas desagradáveis, substituindo-as totalmente por máquinas… Bem, é provável que isso aconteça – mas no momento, isso não nos é contemporâneo. É, sim, uma utopia.

Temos muita coisa que precisa ser feita atualmente em várias esferas da nossa existência que são dolorosas, odiosas, antipáticas, enfadonhas, irritantes, aborrecedoras, entediantes, repulsivas… A lista continua.

O que devemos dizer para as pessoas que desempenham essas tarefas, algumas de forma heroica, solitária e não reconhecida? Que só serão felizes e realizadas se encontrarem sua missão e propósito aí?

Que devem largar o que fazem imediatamente e procurar o que amam?

Que, caso desempenhem suas incumbências sem necessariamente (ênfase nessa última palavra) amarem o que fazem, serão condenadas fatalmente à mediocridade?

Achar propósito e missão, na minha humilde opinião, é a base para uma existência coerente e plena(**). Já alinhar valores, propósito e missão com o que fazemos, apesar de ideal, poucas pessoas conseguem!

Enquanto procuramos esse alinhamento, como se paga as contas? Como sobrevivemos?

Entendo também que as pessoas devem ativamente trabalhar para não só se conhecerem melhor mas realizarem a jornada em busca deste autoconhecimento e alinhamento. Ela nunca deve acabar.

A jornada em si ensina muito e faz o indivíduo amadurecer, o que por si só tem o efeito colateral de influenciar positivamente todas as áreas da vida.

“Você nasce com apenas dois medos: medo de cair e medo de barulho alto. Todo o resto é aprendido. E é muito trabalho!”
Richard Bandler

Tudo isso considerado, de tanto se repetir essa frase(*), acho que alguns andam esquecendo o que significa ser profissional: fazer o que tem de ser feito, dentro das suas atribuições e(***):

  • Que seja trabalho ético e honesto;
  • Dentro da lei;
  • Com responsabilidade;
  • Com condições básicas (risco, local apropriado, ergonomia, etc.);
  • Ausente de assédio moral e com respeito;
  • Mesmo que você não necessariamente ame o que faz.

Na vida pessoal não é diferente. Temos que realizar tarefas incômodas, que não amamos, o tempo todo, todos os dias!

Reflita comigo: o que é viver na zona de esforço, se não fazer coisas novas e certamente dolorosas ou bastante incômodas que, eventualmente, podem se tornar agradáveis e amadas como resultado do nosso crescimento e evolução e da formação de um hábito?

Levando este raciocínio adiante, considere por um momento o seguinte: vivemos dentro de “caixas“, universos individuais limitantes chamados paradigmas. Com o nosso esforço, crescimento e desenvolvimento (doloroso), superamos e quebramos.

A partir daí, teremos um novo paradigma, uma nova série de limitações maiores para serem conquistadas, como resultado da nossa constante presença na zona de esforço.

É, através dessa evolução aflitiva, que empurramos essa fronteira entre paradigmas cada vez mais para frente e para fora.

É até poético ver esse mecanismo em ação – todos nós somos impulsionados a mudar pelo desejo ardente ou pela dor e sofrimento… Para entrar em uma fase penosa e de dor, que é o aprendizado e o crescimento.

Você já se deu conta de que… as paredes do seu atual paradigma existencial são praticamente construídas pelas coisas que considera impossíveis? Trabalhemos essas crenças!

Ainda, quanto mais você trabalha dentro dos seus paradigmas atuais, mais você se sente confortável com eles e mais você transforma o que era antes um desafio em seu hábito.

A evolução está, sempre, em buscar o novo, em aprender, em crescer, em expandir e em se superar.

“É difícil dizer o que é impossível, pois o sonho de ontem é a esperança de hoje e a realidade de amanhã.”
Robert H. Schuller

Agora venha cá, vamos bater um papo.

Devemos fazer apenas o que amamos e esquecer de todo o resto? Paralisar, enquanto não está claro nosso propósito?
É claro que NÃO!

Nosso sucesso depende de amarmos o que fazermos?
Eu particularmente acho que não.

Surpreso?

Amar o que se faz é excepcionalmente bem-vindo, mas definitivamente não é requisito para o sucesso. É muito comum se confundir não amar o que se faz com odiar o que se faz.

Perceba que você pode apenas tolerar ou gostar do que faz e fazê-lo mesmo assim, sendo profissional ou simplesmente cumprindo com suas obrigações.

Isso é errado? Não meu querido leitor, é normal e comum, totalmente aceitável e tudo bem que seja assim.

De fato, isso é o que deveria ser esperado da maioria das pessoas que possuem profissionalismo.

Esse papo todo fatalmente trará a seguinte pergunta à sua cabeça:

Serei feliz apenas se amar o que faço / meu trabalho?
Definitivamente não!

Desde que existam as condições básicas(***) que mencionei acima e que seus valores estejam razoavelmente alinhados com o que faz, você não cultivará um conflito interno deixando-o triste, desmotivado ou vulnerável.

Além disso, você pode procurar a sua felicidade em outro lugar, desde que o que você faz ou o seu trabalho não sejam exatamente elementos antagônicos em relação ao que acredita.

Romulo, eu não amo o que faço. Na verdade, não gosto meeesmo. Todavia, eu continuo, porque tenho pessoas dependendo de mim e contas pra pagar. O que devo fazer?

“Nunca subestime o poder que você tem de levar a sua vida em uma nova direção.”
Germany Kent

Acho que, depois de contextualizar a questão, colocamos o dedo na ferida. Esse é o real ponto, não é? A questão principal para muitos.

Permita-me, antes de mais nada, dar os parabéns: isto significa que você é responsável! Significa, na minha cartilha, que você é um dos heróis invisíveis da vida cotidiana, uma pessoa provavelmente honrada e que cumpre com seus compromissos!

Tudo bem… Obrigado! Mas não sei qual o próximo passo…

Recomendo que você comece descobrindo quais os seus valores base, se você ainda não os conhece.

Quanto mais alinhados estamos com eles, menor a probabilidade de nos sentirmos incompletos e melhor a vida flui. Menor será aquela sensação inexplicável de conflito interno e, ao conhecê-los, você terá uma boa ideia do seu norte.

Se você precisar de ajuda neste processo de descoberta e autoconhecimento, sugiro que leia esse texto.

Em seguida, proponho uma reflexão sobre conhecer o seu propósito ou o porquê por trás da sua existência. Valores e propósito estão intimamente ligados.

Enxergá-los trará uma nova perspectiva e você pode usar esse conhecimento para ir alinhando a sua vida com seu propósito aos poucos.

Eu ajudo você com essa jornada no texto da semana passada sobre o tema.

Ok Romulo… Isto certamente me ajudará a direcionar meus esforços no futuro… Mas o que fazer AGORA?

Veja por exemplo no final do texto anterior, como coloco o meu propósito e mostro a influência dele na minha vida. Aquelas conclusões e insights que mencionei não ocorreram da noite para o dia. A ficha demorou alguns meses para cair.

Francamente, senti-me perdido de início. Quando passei naturalmente a enxergar meus pensamentos, meus sentimentos e ações sob a ótica do meu porquê, as coisas começaram a fazer sentido.

É essa perspectiva que ajudará você a realizar um feito crucial: ressignificar.

“Quanto mais você é positivo e diz: “Eu quero ter uma vida boa”, mais você constrói essa realidade criando a vida que você quer.”
Chris Pine

Percebi que o meu propósito está presente em inúmeras coisas do dia-a-dia, pequenas a grandes… Ele existe quando dou bom dia a pessoas desconhecidas, quando abraço a pessoa querida que traz o meu café aqui na lanchonete.

Ele aparece quando tomo um chopp no aeroporto e tenho uma conversa engrandecedora com pessoas lindas e amáveis e até quando presenteio meu Pai com um livro que certamente o ajudará.

Ele está presente quando oriento alguém no trabalho, quando leio e me capacito no intuito de ajudar os outros ou quando ajudo um amigo a entender algo em sua vida.

Reconheço-o quando uso o conhecimento que tenho no momento para auxiliar a jornada de alguém ou quando participo como voluntário no processo de transformação de pessoas.

Ele também está presente no meu trabalho – lá, percebi que apoio indivíduos e grupos a economizar tempo, dinheiro e a tomar decisões todos os dias, que influenciam positivamente a vida de milhares, talvez milhões de pessoas.

Você pode fazer a mesma coisa. Olhar a vida sob essa lente maravilhosa que contém um novo estímulo, uma nova motivação ou várias!

Emocionei-me ao coletar as fotos para colocar em cada um dos links nos quatro parágrafos acima. Emocionado de felicidade e de realização ao relembrar cada momento. É isso que desejo a você, meu querido leitor: a felicidade que vem de dentro.

Ressignificar é tirar do acontecimento, da memória, do objeto ou da pessoa (no fundo, do que quer que seja, tendo um significado negativo para você), a capacidade de afetar, de trazer ansiedade, nervosismo ou qualquer outro efeito desagradável ou não desejável à você.

Ao olhar para o mundo com olhos de positividade, deixar de olhar para o problema e focar no resultado, na solução, nas coisas boas que são consequência dos seus atos, você se torna capaz de atribuir um novo valor, um novo significado para aquilo que antes era doloroso ou incômodo.

A mente não sabe o que é uma memória real ou imaginação. Depois que você ‘imagina”, aquilo vira uma memória.

Baseado nisso, veja como é simples: a partir do momento em que você começar a usar a sua “lente” do propósito para enxergar estas questões por uma ótica positiva e enriquecedora, o sentimento negativo será aos poucos substituído pela nova referência alimentada. Isso mesmo! Em pouco tempo, você passará a ter uma lembrança agradável!

Quer outro exemplo?

Viajo à trabalho quase toda semana e isso tem um investimento em cansaço. Algumas vezes de carro, outras de avião, podem durar de uma hora a mais de dez horas por trecho.

É muito comum, pessoas em situação semelhante, focarem no lado doloroso. Em fazer a mala, na saudade das pessoas queridas, no cansaço da viagem em si e em tantas outras coisas que podem ser pensadas e ditas.

Ao focarem nisso, geram sentimentos negativos e fatalmente, ações no plano concreto como, no mínimo, muitas reclamações (que iniciam uma espiral negativa).

Ou… o indivíduo pode focar no benefício que traz aos clientes. Pode focar em se superar para dar o melhor para a sua família.

Pode escolher viver no presente e testemunhar coisas lindas que o Universo traz, como essa experiência que descrevi em um texto passado, essa outra, ou até divertindo-se literalmente, como fruto do seu trabalho.

Veja como encaro uma viagem de carro: como uma terapia! É um momento solitário e altamente criativo, que uso para pensar em estratégias, na vida, em como ajudar as pessoas e até em textos para o blog.

Uma viagem de avião? Momento ideal para ler e aprender mais ou conhecer pessoas fantásticas!

A PNL tem algumas  abordagens bem interessantes para a ressignificação. Talvez vire um texto futuro 🙂

Agora, comece você. Descubra o que valoriza, deseja e motiva.

Para alguns, talvez seja a hora de deixar um pouco de lado o preconceito quanto ao tema. Para outros, deixar de evitá-lo, justificando ser balela motivacional e tratar a questão de frente.

No fundo, você sabe que tudo isso faz sentido, não é? Só precisa por em prática e mudar a sua vida.

As ferramentas estão à sua disposição.

Quero terminar esse texto com uma frase de Richard Bandler, um dos pais da PNL:

“Cérebros não são projetados para obter resultados; eles vão em direções. Se você sabe como o cérebro funciona, você pode definir suas próprias direções. Se você não fizer, então alguém o fará.”
Richard Bandler


(**) Em uma nota paralela, como mencionei anteriormente o ofício, é importante registrar que o processo de coaching, por tratar-se de puro autoconhecimento e planejamento, certamente pode ajudar nessa caminhada.

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