Resenhas de Livros

O Admirável Mundo Novo de 1984

A promessa de enfrentar a distopia presente nestes dois clássicos remonta de longa data, acho que desde os anos 90.

Uma promessa compatível com uma estante cheia de livros e um Kindle amarrotado de leituras.

Mas concluiu-se.

É de arrepiar os pentelhos.

Eu comecei a ler “1984” em 2018 e conclui em 2019.

Entretanto, ao começar a ler “Admirável Mundo Novo” este ano, senti a necessidade de ler “1984” novamente para comparar (o que pareciam ser) futuros distópicos sob a perspectiva de alguém nos anos 30.

Caso não conheça estas duas obras, foram escritas 80 anos atrás.

OI-TEN-TA (80) anos atrás.

Enquanto “1984” desvenda uma história distópica de um regime totalitário e de controle total por meio da força, “Admirável” denota um regime totalitário através do condicionamento, onde as pessoas são felizes porque nada as desafia, usufruindo de um mundo supostamente perfeito, adequado e de prazeres abundantes.

Livros poéticos e complementares.

O futuro idealizado por Eric Blair (George Orwell) e Aldous Huxley é amargo e, sem a falta de um senso profundo de ironia, tão real.

Enquanto Orwell promove o Grande Irmão (80 anos depois, nome de um programa famoso de TV) – entidade vigilante e que remota à teoria do panopticon (algo totalmente atual nos dias de hoje), Huxley bate na cara da gente através daquilo que mais nos assusta: a perda das liberdades por acharmos que escolhas, prazeres e fugas são liberdades.

Pergunto-me, com um real senso de curiosidade, se os autores escreveram suas histórias com a intenção de representar um futuro distópico de fato ou de prever o futuro.

Em todo caso, se encararmos ambos os contos como metáforas, a poesia faz um sentido sombrio e dificilmente podemos categorizá-las como distópicas nos tempos atuais.

Eu não sei o que dizer além disso, sem furtar de vocês o prazer de ler esses dois fabulosos livros. Apenas deixar aqui um registro de surpresa, pesar, tristeza e… assombrosa conivência.

Se você gosta de filosofia e não leu ainda essas duas obras primas, recomendo do fundo do meu coração embriagado.

Não se furte da experiência de traçar paralelos com a sociedade que temos hoje. Além, com a sua própria vida.

Que venha o gin Viceroy com cravo e Soma à sombra da castanheira – sim, ambos, preferencialmente.

Cheers.


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