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Retrospectiva e Privacidade

BBS? Corsário, Time Tunnel, NETPE… e tantas outras.

Primeiro email data de 1994. Bluewave. Era engraçado esperar resposta de “emails” como se espera por uma carta convencional.

Já o primeiro site é de 1998, na Elógica, esquecida: o primeiro provedor comercial de Internet do Brasil (e onde tive a grata oportunidade de trabalhar).

Fico um pouco triste em perceber que o início da história da Internet Brasileira se perdeu com a morte de Belarmino.

Duas semanas atrás, uma amiga do passado pediu-me o email e… quando escrevi, a reação foi:

Sim, não mil, mas vinte.

Dois dias depois, estava eu curtindo a quarentena quando, por intermédio de um amigo, cheguei no web.archive.org.

Nossa.

Percebo algumas constantes no meu comportamento.

Um site pessoal, um profissional e vários blogs (engraçado como os blogs de 2005 a 2008 eram o que o Instagram é, hoje).

Pois é, encontrei fragmentos espalhados do que coloquei na Internet desde 1998.

Não direi a você para pesquisar pelo meu nome no Google… porque ele perdeu quase 6 anos dessa história, quando o “pipoco”  em 1995 era o Altavista e o Webcrawler.

Hoje, as coisas se misturam em redes sociais que permeiam tudo em nossas vidas.

Vinte anos atrás, eu era mais visceral. Com raiva e revolta.

Quantas pessoas tem o prazer de olhar por uma janela para o passado de escritos próprios e avaliar quem era, quem foi, quem se tornou e, principalmente, analisar a transformação em si?

Dizem que a Internet não esquece.

Talvez seja uma coisa boa, afinal.

Então, recorro a Sartre: será que isso tudo apenas não confirma que somos a coleção das nossas ações e… porque não ampliar, realizações?

Não no sentido grandioso ou epopéico, mas no sentido mundano… no sentido eu e você… sim, você, que está lendo este texto agora e pensando no que escreveu anos atrás e acha que ninguém lembrará.

Desde 1994, quando a Internet comercial ganhou velocidade, as coisas deixaram de ser esquecidas.

Talvez isso em si pouco importe.

O que importa é o que nós sentimos em relação ao que supomos (ou desejamos) esquecer, porque isso não acontecerá.

Ok, talvez você não esteja entendo o que falo.

Darei um exemplo direto.

Imagine você, sentado em um local confortável… que contém tudo aquilo que considera agradável.

Em paz.

Só.

Em comunhão consigo.

Então, você pega papel e caneta… e começa escrever.

Todos os dias.

E escreve por anos a fio, para você mesmo.

Páginas e páginas de pensamentos, emoções, sentimentos e tanta coisa que vai aí dentro de você, o que inclui felicidades, tristezas, raiva, talvez ódio, carinho e amor.

Então, 10 anos atrás, você pára de escrever.

Chegamos ao dia de hoje e você encontra fragmentos do que escreveu.

Pense nessa experiência como um livro novo, na sua frente, que acaba de abrir.

O cheiro do papel, a cor amarelada, as letras escritas à mão.

Pronto, foi exatamente o que fiz.

Com 45 anos, isso é o que a Internet tem para me trazer, hoje.

Sorriso.

E pra você?

Deixo duas reflexões aqui.

A primeira: se eu consegui achar algo feito em 1998 por mim, apenas quatro anos após o surgimento da Internet comercial, saiba que qualquer conteúdo produzido por você online  é público.

A segunda: se você encontrar (e certamente encontrará!) o que escreveu hoje daqui a 15 anos, qual será a sua reação?

Será prazeroso, ficará feliz, orgulhoso ou terá uma experiência negativa?

Por RMCholewa

Romulo começou a trabalhar como estagiário na área de informática aos 16 anos.

Teve a oportunidade de trabalhar com cada aspecto de tecnologia da informação, desde a implantação até a área comercial, passando pela pré-venda, consultoria, comunicação, segurança da informação e gestão de equipes espalhadas pelo território nacional.

Perdeu o emprego aos 25 e aprendeu muito com a vida a partir daí. Na verdade, aprendeu tanto que mudou de vida; entendeu da melhor forma o que é humildade e passou quinze anos reconstruindo seu lado profissional.

Lutou contra a depressão por vários anos e aprendeu ainda mais com isso.

Hoje, trabalha como diretor de negócios. Em paralelo, como Practitioner PNL e Coach, dedica-se a ler, escrever e estudar sobre desenvolvimento humano e afins.

Tem, como missão de vida, ajudar os outros de forma inteligente. Vencer a depressão ensinou, dentre tantas coisas, que a maior realização que o ser humano pode alcançar é ver o próximo crescer. É ver, acima de tudo, o próximo brilhar, superar-se e vencer.

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