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Pensamentos Com Vida Própria

A Consciência Sistêmica

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Sistemas.

O que essa palavra traz para você?

E egrégora?

Talvez algumas ideias surjam à mente.

Grupos ou contextos sociais, turma, família, povo do trabalho e conceitos afins.

Reunião energética, grupo espiritual, número de dunbar.

Eu sei, cada uma dessas definições tem suas peculiaridades, suas diferenças e… algumas semelhanças.

Prometo não entrar em algum debate existencial sobre a definição de cada termo, apenas usar uma parte daquilo que você… não, alguém, eventualmente considere.

Ancoro a questão em sistemas por tratar-se de uma percepção útil e que faz um baita sentido (ok, pra mim).

Já falei amplamente sobre pertencimento.

Agora, meu objetivo é a relação oculta.

Eu darei um simples exemplo e você será capaz de entender completamente:

Alguém que marca um encontro. Qualquer um de nós, algo corriqueiro, do dia a dia.

Um encontro com outra pessoa conhecida, um afeto, um amigo, um colega de trabalho.

Mas algo acontece na vida desse alguém… algo inesperado, algo que, para ele, é prioritário.

Tão inesperado e tão imprevisível quanto as dezenas ou centenas de coisas que já aconteceram comigo ou com você.

Algo que impede esse alguém de honrar o compromisso inicial.

Agora, você deve estar imaginando quantas vezes isso aconteceu.

Ótimo.

Pense também em como reagiu.

Uma pessoa pode comparecer ao compromisso prioritário e dar um jeito de, eventualmente, comparecer ao segundo.

Pode simplesmente considerar um ou outro e não dar satisfações.

Ou pode avisar as partes interessadas, reagendar, comunicar, participar e interagir com quem seja necessário para acomodar o imprevisto.

Eu adoro esse exemplo porque ele pode dar uma boa ideia da percepção sistêmica do nosso alguém.

Tudo, absolutamente tudo que pode ser mesmo que remotamente identificado como um exercício da nossa existência, seja um pensamento, uma emoção, uma ação ou troca de energias tem impacto naquilo que nos cerca.

Você, como ser humano, é capaz de reconhecer essa consciência?

A partir dela, agir em benefício próprio, do sistema ou do todo?

Não penso no momento na ação em si, apenas na consciência de que se pode agir.

Não sei quais os seus interesses e eles certamente determinarão o que fará a partir daí.

Entretanto, se há percepção sistêmica, você sabe exatamente o que eu quero dizer.

Agora, traga ao seu consciente algo (ou alguém) que provavelmente ignora porque permite-se (ou obriga-se) a ser distante empaticamente.

Desumanificação. Coisificação. É prático.

Cômodo, útil na sociedade da vida no automático, das pessoas imersas no ciclo existencial conteporâneo, como gosto de chamar.

A habilidade empática nos foi dada milhões de anos atrás.

Sinto que muitos procuram anestesiar essa habilidade para sobreviver

Quando deveriam viver para não anestesiar quem são.

“A criança cresceu
O sonho acabou
Me tornei confortavelmente entorpecido”

Confortably Numb, Pink Floyd

Eu proponho um resgate.

Enquanto acredito que ter uma consciência sistêmica é uma característica de ser humano, o que fazemos com isso torna-se altamente subjetivo ao introduzirmos os filtros conscientes.

É, a consciência permite coisas interessantes.

Filtros, incentivos… positivos, negativos e outros conceiros abstratos.

Falar de consciência remete ao racional não é mesmo? Neste caso, usamos os filtros subjetivos aprendidos com a nossa existência para moldar a nossa racionalidade (e porque não afirmar realidade).

Paradoxal? Totalmente.

Uma consciência permitindo a aplicação de filtros baseados em uma subjetividade que o ser humano usa como suposta racionalidade.

Quanto ao resgate?

Um resgate empático.

Um resgate sistêmico.

Um resgate ao voltar a perceber que influenciamos quem convive conosco e somos influenciados sistematicamente.

Quem sabe, trazer o próprio filtro à consciência.

Proponho que o filtro, ao se tornar consciente, seja posto de lado. Sim você consegue, do mesmo jeito que questiona.

Liberdade, de verdade.

Liberdade ao sentir o efeito da nossa existência sobre a existência dos outros e como tamanha interação são sistemas complexos dos quais fazemos parte.

É quase um organismo vivo.

Aliás, por que não considerar tal grandiosidade um ser, o exercício de uma forma de vida traduzida em uma energia plena que permeia tudo e todos?

A empatia é uma representação dessa cola sistêmica.

E cada vez que faço um exercício pessoal de pensar sobre o tema, mais reafirmo minhas crenças de que estamos aqui para cooperar, para perseguir propósitos altruísticos através da empatia.

Sugiro que perceba a pessoa à sua frente como um ser humano.

Reaja como desejar e como achar adequado. Mas partindo da premissa de que trata-se de um ser humano, fundamentalmente.

Não um amigo.

Não um inimigo.

Não um concorrente.

Não um submisso.

Não um superior.

Não um inferior.

Não um chefe.

Não um algoz.

Não um melhor ou pior.

Ser humano.

 

Acho, ultimamente, que exercer uma consciência sistêmica é, no mínimo, ter respeito pelo próximo. E, como mínimo, deveria ser compulsório.

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Coaching PNL

Níveis Neurológicos E A Diferença Entre Ser e Estar

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Antes de entrar no assunto propriamente dito, permitam-me abordar à priore a fundamentação teórica dos meus argumentos. Peço um pouco de paciência e dedicação, pois a informação aqui presente tem a tendência de mudar vidas.

Níveis Neurológicos

Um dos maiores presentes que a programação neuro linguística (PNL) nos deu são os níveis neurológicos (ou, do inglês, Neuro-Logical Levels), onde recebemos, armazenamos, processamos e aprendemos o mundo que nos cerca e as inter-relações entre o que captamos.

Criado na década de cinquenta por Gregory Bateson e trazido para a PNL na década de 80 por Robert Dilts, inspirado após uma discussão sobre o trabalho de Bateson com um dos participantes de seus cursos, eles estabelecem um racional que descreve como os processos mentais se relacionam de forma hierárquica e, de uma forma simplificada, como aprendemos o que chega até nós pelos nossos canais representacionais (Visão, Audição e Cinestesia – este último contendo tato, olfato e sabor) e, partir daí, fazemos novas e mais profundas associações.

Para entender melhor o conceito, parta do princípio que cada nível mais elevado contém os níveis abaixo hierarquicamente, como as camadas de uma cebola. De outra forma, cada ideia é armazenada em níveis distintos simultaneamente.

De acordo com o trabalho original de Bateson, a função de cada nível é sintetizar e organizar as informações dos níveis abaixo. Expandindo este conceito, uma mudança em um nível mais profundo necessariamente irradia e gera mudanças nos níveis abaixo. Já uma mudança em um nível mais superficial ou baixo pode, mas não necessariamente, provocar mudanças em níveis superiores.

Ainda, de acordo com ele:

Nível 0 de Aprendizado – neste nível, a informação está apenas armazenada, e não provoca mudanças ou recebe correções. Diante de uma situação, agimos conforme já determinado pelo que sabemos.

Nível 1 de Aprendizado – aqui, frente a uma situação conhecida, detectamos “erros” e realizamos pequenas correções incrementais nas escolhas, diante de um conjunto de alternativas.

Nível 2 de Aprendizado – a partir deste nível há uma quebra no processo de tomada de decisão do nível anterior. São vislumbradas novas escolhas, opções e comportamentos, frequentemente provocando mudanças na política, valores e prioridades.

Nível 3 de Aprendizado – neste nível, há mudança evolucionária. Ele é caracterizado por mudanças que vão além da identidade do indivíduo.

Nível 4 de Aprendizado – colocado como nível de mudança revolucionária, envolve o despertar para uma realidade totalmente diferente, única e transformadora, passando a operar e um universo totalmente novo de possibilidades.

De acordo com os relatos de Robert Dilts, ele tomou o modelo de Bateson e tornou-o mais prático e aplicável. Permitam-me fazer um comentário: depois de estudar um pouco o tema e procurar referências mais sólidas sobre o assunto, nada é tão completo e preciso como o próprio texto original de Dilts. Inclusive, os exemplos que ele dá são sensacionais (* mais sobre essa questão ao final do texto).

No seu modelo, existe uma relação direta e profunda com o ser, com quem somos e nossas relações com o que nos cerca. Perceba que, quanto mais nos aprofundamos nos níveis, mais profundas ficam as implicações do aprendizado; maiores suas influências sobre o todo e, principalmente, mais inconsciente se torna a razão por trás da ação e… mais migramos do “TER” e “ESTAR” para o “SER”.

Nível 1 – Ambiente

No nível mais básico, estão primariamente as percepções do ambiente que nos cerca. Coisas que estão por trás do “quem?” externo, “quando?” e “onde?” como temperatura, luminosidade, tamanho, estrutura, cheiro, sabor e tudo aquilo que está ligado a fatores ambientais.

Nível 2 – Comportamentos

Neste nível, encontramos nossas ações e reações. O que tenho feito? Como tenho me comportado? Como reajo a mudanças no ambiente que me cerca?

Nível 3 – Capacidades

Aqui estão relacionadas os mapas mentais e estratégias que as pessoas desenvolvem para guiar suas ações. É o “como?” por trás de nossas ações e englobam tudo aquilo responsável pelo “como” se realiza algo.

Nível 4 – Crenças e Valores

No quarto nível estão presentes nossos julgamentos e avaliações a respeito de nós, dos outros e do mundo ao nosso redor. De forma paralela, é aquilo que nos motiva e nos dá “permissão” para seguir em frente e está por trás do “por quê?”. Está ligado ao que consideramos “certo” (mesmo sob a luz da subjetividade do ser humano e da PNL sobre o que é de fato “certo”). É aquilo que faz nosso sangue “ferver” ou ficarmos “arrepiados”.

Nível 5 – Identidade

No nível da identidade encontrarmos nossos múltiplos “eus”. O “Eu” que vai à escola, o que trabalha, o que diz não ao filho, o que diz sim ao chefe, o que é amigo, marido, mãe. É o senso que representa quem somos diante de cada situação. Responde a pergunta “quem?” interna.

Nível 6 – Espiritual

Confundido muitas vezes com espiritualidade, na verdade traduz o nível de pertencimento do “eu” nos diversos sistemas aos quais estamos inseridos, como família, grupo de amigos, trabalho ou escola. É o senso de pertencimento a algo maior e que vai além de nós mesmos. Como disse Bateson, é o senso de conexão entre todos em um todo maior. Está relacionado intimamente à nossa missão, propósito em vida e responde às perguntas “para quem?” e “para quê?”.

A inspiração que levou Dilts a idealizar os níveis é excelente para exemplificar a sua aplicação. Veja abaixo e tente você mesmo imaginar uma pessoa dizendo cada frase abaixo para você:

  1. Aquele objeto em seu ambiente é perigoso.
  2. Suas ações naquele contexto particular foram perigosas.
  3. A sua falta de realizar julgamentos efetivos é perigosa.
  4. Suas crenças e valores são perigosos.
  5. Você é uma pessoa perigosa.
  6. Sua família é perigosa.

Ainda…

  1. O ambiente que o cerca é [estúpido/feio/excepcional/bonito]
  2. A forma com a qual você se comportou naquela situação em particular foi [estúpida/feia/excepcional/bonita]
  3. Você realmente tem a capacidade de ser [estúpido/feio/excepcional/bonito]
  4. O que você acredita e dá valor é [estúpido/feio/excepcional/bonito]
  5. Você é [estúpido/feio/excepcional/bonito]
  6. Seus familiares são [estúpidos/feios/excepcionais/bonitos]

Veja que a avaliação (perigoso ou [estúpido/feio/excepcional/bonito]) em cada frase é a mesma. O que muda é o aspecto da pessoa para o qual a frase se refere:

  1. Ambiente
  2. Comportamento
  3. Capacidade
  4. Crenças e Valores
  5. Identidade
  6. Sistemas (no caso, familiar)

Perceba como as implicações da afirmação crescem em profundidade, importância, impacto e mudam completamente de significado, assim como o escalar de uma montanha, processo que se torna cada vez mais desafiante à medida em que se avança.

Você gosta de cozinhar?

  • A panela, os utensílios, os ingredientes, o local e o fogão que usará estão no nível de ambiente;
  • Ligar o fogo, os consequentes atos de juntar os ingredientes e mexer o que está na panela com a colher estão no nível de comportamento;
  • Seguir a receita, controlar a temperatura e mexer cadencialmente os ingredientes são as estratégias que você acha necessárias para um delicioso prato… e algo que está no nível das capacidades e habilidades;
  • Acreditar que uma refeição une as pessoas à mesa está no nível das crenças e valores;
  • Ser um excelente cozinheiro e identificar-se como tal está no nível da identidade;
  • Ter desenvolvido a sua identidade de cozinheiro com a família de donos de restaurante e influenciar o seu filho a aprender é algo que está no nível de sistemas, conexões ou espiritual;

Pare um pouco e perceba as inferências que extraímos de tudo isso… e como aglomeramos o que aprendemos formando uma estrutura mais complexa:

  • Um sistema contém várias identidades. Um conjunto de identidades suas ou de outros indivíduos que formam sistemas maiores aos quais se pertence;
  • Uma identidade é construída por conjunto de crenças e valores;
  • Uma crença ou valor é formado por um conjunto de capacidades;
  • Uma capacidade é um conjunto de comportamentos relacionados;
  • Cada comportamento é composto ou provocado por um ou mais fatores ambientais.

Implicações

Exemplo – Obesidade

Começarei por uma questão popular para demonstrar como os níveis neurológicos são importantes e podem nos ajudar bastante a entender tantas coisas no nosso dia a dia.

Certamente vivemos uma epidemia de sobrepeso na sociedade moderna, o que faz deste exemplo algo importante. Analisemos uma pessoa obesa, que deseja intensamente perder peso. Repare nas proposições a seguir e veja como soarão estranhamente conhecidas e do cotidiano. Este exemplo tem um significado especial para mim, pois foi pelo que passei.

No fim da minha primeira crise de depressão, eu estava com cento e quarenta quilos. Só retornei a uma vida saudável e a uma prática sustentável quando resolvi minhas questões nos níveis adequados. No meu caso, todas as questões abaixo se aplicavam, exceto no nível de sistemas (a minha situação foi distinta e não coloquei-a como exemplo por questões de privacidade).

Ao iniciar a conversa com o indivíduo acima do peso, é muito comum identificarmos em primeiro plano os fatores ambientais. A primeira informação que surge é a justificativa de que o excesso de peso está ligado à disponibilidade da comida inadequada ou a farta oferta de fast-food em determinada região frequentada e que é “prático” alimentar-se com ela por causa disso.

Ao investigar e realizar as perguntas certas, descobrimos cada vez mais. Começam a aparecer os fatores comportamentais, como a associação do excesso de peso à compulsão, estresse, condições ligadas ao comportamento ou até mesmo “odiar regime” ou odiar “ir à academia”.

Em um terceiro plano, chega-se ao nível das capacidades e habilidades. Aqui, temos a comida como estratégia, talvez como uma resposta à uma condição de ansiedade. “Como porque me acalma” ou “não consigo parar de comer”.

Quanto mais profundo cavamos, mais temos a possibilidade de descobrir as implicações e motivações complexas por trás do excesso de peso. Ao chegar no nível das crenças e valores, normalmente nos deparamos com coisas como “fui ensinado que deixar comida no prato é falta de educação”, “como porque, quando criança, apanhava se deixasse comida no prato” ou até “homem que é homem bebe até cair” (beber definitivamente não ajuda na manutenção do peso).

Quando chegamos ao nível da identidade, encontramos colocações como “ouvi minha infância inteira que bebê saudável é bebê gordinho”, que “gente saudável é gente gordinha” ou a frequente repetição social do “eu sempre fui gordo”, que nada mais é do que um reforço em sua identidade e a resignação em ser como é, geralmente levando a pessoa a desistir de quaisquer ações no intuito de mudar o seu quadro porque, em sua mente, a mudança é mais dolorosa do que manter tudo como está.

Por fim, imagine essa vítima da obesidade inserida em um contexto familiar onde todos tem excesso de peso e não se alimentam adequadamente: as ações no intuito de perder peso são minadas ao tentar trocar a alimentação da casa (nível neurológico de ambiente) e sofrer uma resistência generalizada ou ainda tentar ir para a academia e o marido/esposa dizer que “você só pensa em academia e não tem mais tempo para mim”. Outras questões podem surgir, como o atrito por ter sucesso em perder peso, atrair a atenção social e o parceiro não ou, até, comer por inclusão social.

Me diga: se a causa da obesidade do indivíduo está enraizada até o nível mais profundo, você acha que uma mudança em um nível superficial, como apenas proibir o consumo de fast-food ou passar uma “dieta” surtirá o efeito desejado?

Provavelmente não.

Exemplo – Feedback

Com feedback, não é diferente. Alguns afirmam que dar feedback para as pessoas é uma arte. Admito que há um sem número de técnicas para tal, sem dúvida. Mas talvez o que você não saiba é que a mais utilizada de todas é totalmente embasada em níveis neurológicos e PNL.

Instintivamente, damos feedback dos quatro primeiros níveis (ambiente, comportamento, capacidade ou crença) como identidade. Em outras palavras, transformamos o “estar” em “SER”. Transformamos o estado atual do foco do feedback em sua identidade.

Dando um exemplo prático da situação acima, pense naquele seu funcionário que tem chegado atrasado. Você chama ele para conversar e diz que ele é preguiçoso ou que não é comprometido e precisa melhorar.

Novamente, pense no mesmo funcionário e, ao invés de dizer que ele é preguiçoso ou não comprometido, você diz que ele é uma ótima pessoa (reforço positivo na identidade) e que está, desde a data X, deixando de cumprir o horário (relegando ao estado momentâneo do indivíduo o foco da crítica)… fechando com uma pergunta sobre como pode ajudá-lo.

Qual das duas ações provavelmente terá o efeito desejado? Uma solicitação de mudança de identidade ou uma solicitação de mudança de um estado passageiro?

Exemplo – Saúde Financeira

Permita-me meu caro leitor encerrar dando o exemplo da saúde financeira (ou ausência dela).

Muitos reclamam que não tem dinheiro, quando, na verdade, não estão preparados para tê-lo. Veja abaixo se você se identifica com alguma dessas situações:

Você não consegue segurar o dinheiro dentro da carteira. Diante das tentações dos outlets e shoppings da vida, sempre sucumbe à tentação de uma promoção ou de uma vitrine atraente.

Você tem o comportamento de não poupar. Seu dinheiro chega na conta e some, ou porque existe um buraco negro de dívidas no banco ou porque em poucas horas ele é usado para pagar todas as suas contas que vencem perto umas das outras. Você vive no limite do que recebe e não há provisionamento algum para o dia de amanhã.

A sua estratégia em relação ao dinheiro consiste em pagar contas. Você foi educado a reconhecer o dinheiro como um mal necessário para sanar as dívidas que acumula e não há uma estratégia clara para o dia de amanhã.

No nível das crenças, você foi educado, desde pequeno, que dinheiro é sujo. Sua mãe obrigava-o a lavar as mãos tão logo entrasse em contato com moedas ou cédulas. Para você, dinheiro serve para pagar contas ou para comprar momentos de felicidade que são traduzidos em coisas materiais, festas, bebida ou diversão, de uma forma geral.

Você se considera incompetente em relação à questões financeiras. Olha para seu passado e se vê como incapaz de sair do abismo financeiro em que se encontra. Na verdade, você repente para si mesmo, com frequência, que “vai morrer pobre”.

Por último, sua família frequentemente diz que é melhor ser humilde do que rico, estabelecendo uma relação que não existe entre riqueza / prosperidade e ausência de humildade. No seu trabalho, você se considera injustiçado por dedicar tanto tempo à empresa e não ter retorno algum.

Pronto – a receita para manter-se na zona de conforto está dada – mudar qualquer um dos níveis em quaisquer dos exemplos passa a ser uma tarefa tão desafiante que se torna maior do que a sua força para mudar. Como, com um conjunto de comportamentos, crenças, identidade e sistemas como esses, o dinheiro chegará e ficará com você?

Identificar é o primeiro passo. Agir, o próximo.

Quantas pessoas você conhece que dizem (da boca pra fora) que amam mudanças e desafios mas, ao mesmo tempo, cultivam a zona de conforto afirmando que as condições do mercado não são favoráveis, que não tem tempo, não tem as habilidades, acreditam não serem capazes ou estão inseridos em um contexto social íntimo desfavorável, de amigos e parentes que sempre afirmam que não conseguem e que é melhor nem tentar?

Tente agora identificar a mudança que você deseja na sua vida e, em seguida, o nível em que a mudança é necessária. Defina, baseado no que descobrir, ações efetivas em cada nível (onde for necessário) para corrigir o seu caminho… E aja!