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Persista!

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De acordo com o dicionário, persistir e insistir são sinônimos.

Particularmente, gosto de usá-los de forma diferenciada. Enquanto insistir significa, para mim, continuar sem considerar outros fatores, persistir está mais para perseverança e significa continuar com foco no resultado, mas corrigindo o plano, à medida que se aprende.

Vivemos atualmente sob alguns mantras de auto-ajuda que nos martelam à cabeça diariamente nas redes sociais e um deles afirma, basicamente, que para se ter sucesso é necessário persistir. Continue tentando, continue fazendo, trabalhando, atuando, desempenhando, acordando… Um dia, você chega lá (wherever that might be).

“A maioria dos homens encontram-se com o fracasso por causa da sua falta de persistência em criar novos planos para tomar o lugar daqueles que falharam.”
Napoleon Hill

Entretanto, essa definição carece de um detalhamento, pois a repetição exaustiva disso por coaches e palestrantes motivacionais nos dias de hoje dá a entender que basta não parar para ter sucesso.

Não há dúvidas que ter motivação, agir, cair e levantar, aprender com os erros e continuar em frente são essenciais ao sucesso. De fato, a frase anterior já define de forma bem clara o que penso sobre persistir e a importância de seguir em frente (ação), trabalhada em conjunto com a adequação constante do rumo, levando em consideração o que se aprende com a jornada.

“Sucesso… parece estar conectado à ação. Homens de sucesso mantém-se em movimento. Eles cometem erros, mas eles não desistem.”
Conrad Hilton

O sucesso é um destino que se chega através da estrada do fracasso. Prefiro, inclusive, chamar de jornada de aprendizado e não de fracasso propriamente dito. Como gosto de afirmar, o fracasso faz parte do ser humano by design: ele é parte do nosso mecanismo de evolução!

Assim como potência sem controle não tem muita utilidade, continuar de forma cega, insistindo sem saber se estamos sendo efetivos, não tem sentido e é gasto de energia.

Se me permitem uma sugestão, uma forma prática, fácil e que pode ser feita mentalmente para ajudar a analisar a efetividade de nossas ações é usar o ciclo PDCA:

O conceito por trás do ciclo PDCA é muito simples: PDCA significa Plan, Do, Check, Act, ou Planejar, Executar, Verificar e Agir.

  1. Planeje suas ações;
  2. Execute-as;
  3. Verifique o resultado obtido e compare com as suas expectativas. Avalie se você conseguiu o resultado obtido;
  4. Em caso negativo, implemente as correções necessárias e inicie o processo novamente, voltando ao passo 1. Em caso positivo, Sucesso!

A partir do momento que você emprega algo simples como o PDCA, você passa a ter um processo mental para analisar o que faz e a efetividade de suas ações. Só o fato de você reservar um pouco do seu tempo para planejar antes de executar e avaliar os resultados conscientemente, fará toda a diferença na sua vida! Teste e depois me diga o resultado nos comentários.

“O sucesso não é acidente. É trabalho duro, perseverança, aprendizado, estudo, sacrifício e, acima de tudo, amor pelo que se está fazendo ou aprendendo a fazer.”
Pelé

Como entusiasta da PNL, não poderia deixar de fazer um adendo sobre a semelhança entre o PDCA e o conceito de TOTS. De acordo com a programação neurolinguística, o nosso cérebro faz essa análise em frações de segundo para toda ação, no nível inconsciente. Ao imaginar realizar uma ação, abrimos um TOTS para ela, idealizando o que será feito (Teste). Depois, operamos a ação (Operar), testamos novamente o resultado para saber se houve sucesso (Teste) e, em caso de positivo, damos Saída ao TOTS, encerrando-o.

É como o cérebro trabalha para realizar ações. É como a ação surge da intenção… que surgiu de um sentimento. É como aquele impulso, que surge nas profundidades do seu cérebro límbico, reptiliano, emerge e potencialmente transborda para o mundo aqui fora, tendo sido filtrado ou modificado pela sua racionalidade.

Quando não executamos a ação a contento, temos a chance de corrigir e executar novamente… ou desistir. Se você mentalmente decide fazer algo, não executa a ação correspondente e “deixa pra lá“, o TOTS fica aberto. É como uma instrução mental que fica lá, à deriva em sua mente.

“Deixar sua marca no mundo é difícil. Se fosse fácil, todo mundo faria, mas não é. É preciso paciência, comprometimento e muitas falhas ao longo do caminho. O teste real não é evitar o fracasso, porque você não o fará. É se você deixará que ele lhe endureça ou lhe envergonhe até a inação… Ou se você aprenderá com ele optará por perseverar.”
Barack Obama

Para a PNL, um TOTS que não foi encerrado consome “recursos” mentais. Você precisa executar a ação com sucesso ou mentalmente e conscientemente encerrar o TOTS não executado, justificando-o para si.

Agora imagine quantos TOTS você tem aberto em sua vida. Pense em cada momento no seu dia, na sua última semana ou mês que você pensou em fazer algo, mas não fez.

Pense na academia que você não foi, no carro que não levou na oficina, nos pratos que não lavou, no relatório que não produziu, no cachorro que não deu banho, no médico que não foi, no e-mail que não enviou, no abraço que não deu…

Foque em cada um deles e encerre-os, tantos quantos puder, executando as ações correspondentes ou desistindo daquela tarefa. Depois desse exercício, perceba como você sentirá uma sensação de leveza, de plenitude e de realização.

Existe uma razão biológica e uma antropológica para isso. Ao passo de que liberamos dopamina ao completar tarefas, essa premiação biológica é o que nos impulsiona a seguir em frente, a completar as tarefas do dia a dia, a caçar, a ir atrás de comida, abrigo, subsistência.

Voltando à questão da jornada em direção ao sucesso e a persistência necessária, não é a toa que mencionei o TOTS. O PDCA meio que torna o TOTS consciente e nos permite avaliar com maior foco as mudanças que precisamos implantar para chegar ao sucesso.

Permita-me, meu caro leitor, finalizar colocando o que talvez seja o maior desafio de todos nesse processo: enquanto seguir em frente requer resiliência, motivação, garra, empenho e dedicação, corrigir o rumo muitas vezes requer ressignificar o fracasso, admitir erros e respeitar e aceitar a opinião alheia. Para isso, são necessárias altas doses de humildade.

É extremamente desafiante gerenciar o ego… E a humildade é uma virtude em escassez. Na abundância do primeiro, o segundo certamente sai prejudicado. Quando isso ocorre, a estrada para o sucesso tende a ser preenchida com fracassos muito semelhantes.
Romulo M. Cholewa