O emprego da palavra “crítica” e variações provoca rejeição em muita gente.
Ela é muito associada ao conceito de “criticar alguém“, numa dinâmica frequente de comparação e poder.
Ter senso crítico, permitir-se questionar a si, ideias e crenças, por outro lado, é outra coisa.
É o motor para o desenvolvimento, crescimento e evolução.
Se não há dúvida e questionamentos sadios focados na ideia, nada muda.
Então, diante de um argumento, ideia ou crença, exercite assim, perguntando-se:
- é infalsificável por causa da abrangência (afirmações vagas, genéricas, gerais e que não podem ser observadas)?
- é baseado apenas em experiências e relatos pessoais?
- escolhe apenas aquelas evidências que suportam a afirmação, ignorando todas as que vão contra?
- usa termos que parecem “científicos” (e da moda), mas não fazem sentido?
- há a ausência de um mecanismo que explique tomando por base o que sabemos com evidências?
- não muda, não se atualiza, não se corrige ou progride?
- faz afirmações exageradas como argumento de convencimento?
- fala de “prova” ou certeza absoluta?
- usa falácias lógicas (argumentação com erros claros)?
- não possui nenhuma revisão e ainda evita revisões ou questionamentos?
- sugere a existência de uma conspiração contrária?
Não que as questões acima comprovem ou coloquem à prova um argumento, ideia ou crença em todos os casos. Elas apenas mostram onde procurar.
E o melhor: permitem APRENDER algo novo.
Por outro lado, nem tanto, nem tão pouco. Não é minha sugestão adotarmos o ceticismo absoluto e, eventualmente, o niilismo.
A ideia é mover o foco da promoção da identidade, do ego e da autoridade para as ideias.
É lá que mora o nosso desenvolvimento.
#ficadica #SensoCrítico
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