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Pensamentos Com Vida Própria

Uma Volta Ao Redor do Sol

Aniversário, convenções.

Uma volta ao redor do sol, calendário, 1 ano a mais (ou a menos?): 46.

Quando a gente tem 15 anos, olha pro futuro e vê a imensidão do desconhecido, um conceito de tempo à perder de vista.

Nada do que se viveu até então é parâmetro para o que está por vir, o que torna o olhar para o futuro uma experiência de certa forma incompreensível.

Aos 25 anos, os aprendizados, as experiências, a educação e a média social impõem o seu exercício, moldando tanta coisa em nossas vidas. Trata-se de uma percepção de tempo tangível, jogando a luz da compreensão para o futuro.

O sentimento que nos toma é de que há tanta coisa por se realizar.

Aos 35 anos, surgem algumas dúvidas em face do passado; questionamos a nossa própria existência e perguntamos a nós mesmos o que fazer. Talvez as escolhas até então não tenham sido satisfatórias… talvez tenham.

Aos 46 anos, a sensação de tempo vivido dá uma claríssima percepção do futuro à frente.

É, basicamente, a metade da vida: sentiu-se na pele como é passar por isso e sabe-se que, daqui pra frente, pelo menos no que diz respeito à experiência de tempo linear, começa-se a estar mais próximo do fim do que do início.

Aqui, para muitos, acontece uma coisa curiosa: a vivência das conquistas do passado faz o sujeito virar-se para ele e a comunicação interna e externa passam a refletir isso.

“No meu tempo era assim…”

“Nossa, lembro de uma época onde conquistei isso ou aquilo…”

Os últimos 15 meses foram de um desafio nunca antes vivido por mim e, certamente, para muitos também.

Ao mesmo tempo, sinto o início de uma espiral positiva de eventos e, ao chegar ao aniversário, olho para o futuro com a mesma percepção que tinha aos 25: há tanta coisa por ser, fazer e conquistar!

É uma sensação estimulante e reconfortante ao mesmo tempo.

#Gratidão
#OGuiaTardio

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A Grande Escola

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Uma Olivetti Studio 44 usada pelo meu pai (e por mim também) por décadas… Perdi as contas de quantas vezes e por quanto tempo o vi debruçado sobre ela.

Sim, sou da época da datilografia e escrevi muito nessa máquina de escrever até a adolescência, algo que muitos de vocês provavelmente nunca viram.

Um livro em papel, um Kindle.

Uma câmera Pentax MZ-7 convencional, onde comecei a fotografar seriamente.

Uma câmera Canon T4i digital, onde as coisas acontecem atualmente.

Um celular de última geração, um fone de ouvido bluetooth, um microfone de lapela.

Um apanhador de sonhos, frases motivacionais, um quadro de ficção científica.

Prêmios.

Símbolos poderosos de crenças e mudanças.

Não só mudança tecnológica: mudança de vida.

Crenças mudam também, valores e identidades.

Tudo muda.

E o que fazemos com a mudança?

Esse é o ponto.

Talvez o momento em que vivemos sirva para colocar em evidência a nossa capacidade de adaptação.

Para muitos, uma dor insuportável; para outros, uma oportunidade irresistível.

Reinventar-se.

Seguir em frente, olhando para trás e para esses símbolos que fazem parte de nós como alicerces sólidos.

Símbolos que não devem ser agarrados, mas compreendidos.

Símbolos que representam a vitória de estar no aqui, no agora e poder olhar para o futuro com carinho.

Será que o meu amor pela escrita advém da figura do meu pai e dessa máquina de escrever?

Será que meu amor pela fotografia advém da antiga Minolta e da Rolleiflex que ele tinha?

Talvez.

Insumos…

Tudo isso faz parte de uma história.

Ao respeitar essa história e os que vieram antes, respeitamos a nós mesmos.

Há melhor escola do que essa? Alías, qual a escola, de fato? A mudança em si ou a nossa capacidade de adaptação?

Quem não aprende com o passado está fadado a preencher o futuro com erros bastante semelhantes.

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Ficção

Pedro

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O despertador tocou à meia noite.

Pedro sabia que estava na hora de ir antes mesmo de bocejar.

Ele abre os olhos, quarto escuro, aperto no peito.

Por um momento, chegou a pensar que a reunião logo mais pela manhã poderia ser algo positivo.

“A vida é louca”, pensa.

Entretanto, os pensamentos seguintes são supostamente racionais e baseados em mais de vinte e cinco anos de carreira.

Experiência que pesa.

Já passou antes por aquele ensaio e… nos últimos quatro anos, aprendeu como ninguém a ler as pessoas.

Veste-se, vai ao aeroporto, embarca.

Tenta dormir, não consegue. Tenta ler, em vão.

Em sua mente, há um sem número de teatros agitados, onde peças de futuros inexistentes repentem-se à exaustão.

Possibilidades, simulações conscientes do que pode acontecer quando, vez ou outra, uma pequena mudança na narrativa cria um novo teatro, uma nova peça, um novo dilema.

Nossa cabeça e a sua incrível habilidade de simular.

Depois de duas horas de vôo, surpreeende-se com um pensamento: como alguns cenários potenciais dias atrás eram carregados de emoções e agora encontram-se ausentes de sensação.

Mas continuam repletos de sentido.

O vôo faz o movimento inverso ao sol. Enquanto pousa, um dia lindo surge pelas janelas do avião, inundando a aeronave com uma luz branca azulada.

É quase possível tocar aquela luz que banha à todos como uma névoa.

Baque, aterrissagem.

Momento presente. Raiz.

Volta à si e agradece.

Por um breve momento, Pedro sente a sensação de gratidão que o faz esquecer de toda a pantomima mental e elocubrações perturbadoras ou não.

“Vamos em frente”, pensa.

No carro, a culpa.

O remoer, o olhar para o passado perguntando a si mesmo o quê poderia ter feito diferente.

Já te conheço, pensa. Sei das suas artimanhas, argumentos e matreirice.

Não obstante, o número de teatros e cenários explode em sua mente, em um fluxo incontrolável de ansiedade e taquicardia.

Então, ele lembra da gratidão e tudo se acalma.

A culpa se encerra por falta de lugar pra ficar.

Lembra do quanto aprendeu. Lembra dos amigos, das conversas, das experiências.

Lembra, principalmente, de ter vivido um ano sem mesquinharia, sem brigas fúteis, sem atritos maiores… sem mal querência.

A gratidão aumenta e supera quase tudo.

Pedro chega, faz o que precisa ser feito e, como esperado, o previsto se realiza.

Para sua surpresa, há calma novamente.

Todos os teatros e cenários desaparecem numa sensação gostosa… um misto de vulnerabilidade e realização.

Como pode ser assim?

Pedro não sabe. Só sabe que se sente vivo e daqui pra frente, há muito trabalho para ser feito.

Retorna para casa mais leve do que nunca…

Pensando que sofrer duas vezes é uma possibilidade bem real.

Mas Pedro já sabia disso: entre saber e exercer, existe mais aprendizado acontecendo a cada segundo.

A cada pensamento, a cada ação.

Qual realidade criamos para nós mesmos?

 


“Pedro” é uma ficção. Qualquer semelhança com fatos, ocorrências, nomes, pessoas ou situações da vida cotidiana ou do passado é mera coincidência. A escolha do nome da crônica foi baseada na lista de nomes mais comuns no Brasil, divulgada pelo IBGE.

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Oi Ego, Prazer!

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Quando eu tinha meus vinte e poucos anos, o sentimento de achar que sabia de alguma coisa me visitava com frequência.

Mas a minha reação a ele era curiosa.

Eu achava que sabia mais do que a maioria.

Perceba o que esse pensamento representa.

Eu não achava que sabia demais. Não achava que sabia de tudo. Ah, eu não tinha essa “pretensão”!

“Existem dois tipos de egoístas. Aqueles que admitem e aqueles que não.”

Laurence Peter

O que eu fazia era muito pior.

Eu comparava.

Eu achava que era melhor do que a maioria. Que estava acima de algumas pessoas ou grupos. Não me achava o melhor, só o melhor dentro daqueles que me incomodavam.

E ainda me considerava “humilde” por pensar assim.

Ego, ego, ego.

Este “certo” (o meu) contra aquele “errado”. Esta realidade (a minha) contra aquele engano. A minha percepção factual (obviamente) contra aquelas opiniões.

Essa, basicamente, é a relação direta que existe entre ego e aprendizado.

De fato, quanto maior o ego, maior a resistência ao aprendizado. Portanto, por maior que seja o conhecimento de alguém em um dado momento, a única constante que temos no universo é a mudança… e se tudo muda, o que se sabe perde o valor se não sofrer manutenção.

Sim, o conhecimento evolui também. Tudo se transforma e se não evoluímos juntos, se não nos transformamos, atrofiamos.

Eu me dei conta de que não sei de nada há mais de quinze anos. Mas isso trazia um sentimento desagradável. O ego tentando sobreviver, fazendo de tudo para manter a sua (por que não dizer, “a minha”) existência!

Apenas recentemente eu consegui compreender algo fundamental. A oportunidade por trás do não saber.

Hoje, eu percebo essa situação como um pintor diante de uma tela limpa… um artesão diante de um motor e alguns quilos de barro.

Ele olha para as suas mãos e para as tintas… para o canvas, para o barro, pensa e sente que tem a liberdade de construir.

Tem a liberdade moldada por sua capacidade de sonhar.

Talvez um pouco de pretensão em achar ser um artista, mas todos temos esse potencial dentro de nós.

Aprender e desenvolver-se é mais ou menos a mesma coisa.

Sentir no fundo do peito que nada sei, hoje me traz uma percepção… uma sensação totalmente diferente.

E isso é maravilhoso! É gostoso… é perceber um universo de possibilidades… tantas estradas para trilhar, tantos caminhos para percorrer, tantas coisas para pensar, ser, fazer… tanta gente para conhecer, conversar, aprender!

Aprender… Às vezes, dá um friozinho na barriga. Eu já olhei para o caminho que fiz e cheguei a pensar… “nossa, perdi muito tempo com isso ou aquilo”…

Mas quem eu sou hoje não é perda de tempo.

Da unha encravada que eu tive há trinta anos até o livro que li essa semana trouxeram pedaços da minha existência.

Os eventos desde o meu nascimento até a última conversa que tive numa mesa de bar me trouxeram um enriquecimento gigantesco.

Às vezes, uma frase ouvida destrava todo um caminho de evolução… como uma represa que se abre, formando novamente um rio caudaloso extenso, trazendo vida por onde passa.

É exatamente assim que me sinto precisamente neste momento.

Com a sensação de que o presente é repleto de oportunidades e a matriz de um futuro extraordinário!


Leitura recomendada:

O Ego É Seu Inimigo, Ryan Holiday
Um Novo Mundo, Eckhart Tolle