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Utilidade e o Direito de Existir

Quando recebi aquela mensagem pelo LinkedIn no dia 15 de fevereiro de 2021, meu coração explodiu de emoção.

Um misto de felicidade, medo, apreensão, incompetência, competência, utilidade (e inutilidade)… um verdadeiro caldeirão de sentimentos e conceitos conflitantes.

Sensação de incompetência pelos 14 meses sem emprego; competência pelo reconhecimento do trabalho realizado no passado; utilidade pela associação imediata entre trabalho e existir.

Será mais uma entrevista infrutífera? Será mais uma das centenas de candidaturas que não dão em nada e não recebo nem um posicionamento?

Foram 14 meses de questionamentos.

Em 15 dias, estava empregado. Foi um presente de aniversário pensar em um contracheque, ainda mais em um lugar agradável e acolhedor.

Comemorei o aniversário (e o emprego) fazendo um jantar e, para meu pai… bem, talvez ele tenha entendido pouca coisa. Mas entendeu o suficiente.

Recebi uma educação extremamente utilitarista. Ele, como ex-militar que viveu uma guerra mundial quando criança, educou para “os rigores da vida”. Educou no viés da associação irremediável entre existir e ser útil.

Não lembro quantas vezes enfrentei a depressão desde a primeira crise em 2001. Tive que filar das minhas declarações de imposto de renda e só tenho registros de 2007 para cá. Incluindo os anos sabidamente problemáticos e considerando tratamento psiquiátrico como evidência, temos:

2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2013, 2014, 2018, 2019, 2020, 2021.

Aí, inclui anos em que estava em crise e anos onde paguei um profissional (ainda bem, tive condições), de acordo com as declarações.

Caraca, 14 anos?

De 20 anos, não vivi 14 em crise. Fiz pesquisa semelhante para o meu livro e concluí que, crises mesmo, foram 5 (2001, 2005, 2012, 2018 e 2020), praticamente todas relacionadas a emprego e relacionamentos.

A utilidade. A prover… e não conheço algo que afete mais o senso de utilidade e provimento do que uma depressão.

Senti-me um fracasso ao escrever esses anos aí em cima. A realidade batendo com força essa lista na minha cara, quando enfrentei uma condição por muito mais tempo do que gostaria e quando tornei a vida de muita gente um desafio (pra ser light).

Entretanto, quando me deparei com o conteúdo de Brené Brown pela primeira vez, algo em seu livro atraiu a minha atenção irreparavelmente.

Ela iniciou suas pesquisas sobre vergonha e vulnerabilidade no contexto feminino ainda na década passada, até receber a visita (e um comentário) masculino, quando expandiu sua atuação.

Essa passagem caiu como um raio na minha cabeça:

A Coragem de Ser Imperfeito, Brené Brown, Página 59

Claro que o livro contextualiza muito bem a situação e a pesquisa da vida da autora (leitura recomendada, inclusive). Mas é fato que vivemos na sociedade da produtividade, do resultado e do esconder fraquezas a qualquer custo.

Quando li isso anos atrás, comecei a refletir sobre a associação da sensação de utilidade com realização, felicidade e depressão.

Ano passado (2020), essas reflexões ficaram bem mais contundentes.

Não é razão de ser deste texto falar que homens são especiais. Pelo contrário. A questão, como bem coloca a autora ao longo do conteúdo que produziu a partir das suas pesquisas, é que essa situação descrita é apenas uma dentre tantas que existem no intuito de marginalizar a fragilidade, a vergonha e a vulnerabilidade, associando-os à fraqueza.

Trata-se de algo ainda mais perigoso se considerarmos a associação do conceito de erro ou falha à fraqueza também.

Quando decidi produzir conteúdo sobre a depressão em 2016, a vergonha tomou conta de mim e eu tenho a plena certeza que ela toma conta de cada uma das pessoas que enfrenta a condição. Vergonha de parecer frágil e vulnerável. Fazemos o impossível para esconder tudo isso do mundo criando uma persona muitas vezes bem longe das capacidades e da realidade do ser humano.

Cada um de nós tem fraquezas. Tem vulnerabilidades, erra e fracassa. Somos seres imperfeitos produzindo imagens ideais de perfeição para o consumo alheio na prateleira da sociedade, mas isso é algo impossível de sustentar em longo prazo.

Não descreverei aqui o fantástico trabalho de Brené Brown; peço com a devida reverência o seu argumento emprestado para afirmar que o ato de prover e sentir-se útil (“produzir”) são algumas das minhas vulnerabilidades. Adoeci por causa disso e é algo ainda em sedimentação dentro de mim.

No ano passado, no meio da pandemia e sem emprego, o que mais me atingiu foi a concepção de não estar sendo útil.

Logo no início de 2020, com a primeira quarentena, tomei a decisão de criar mais para as redes sociais. Voltei a escrever aqui com mais frequência, produzindo mais provocações no Instagram e até movimentando um canal no YouTube. Em paralelo, consumi dezenas de livros, um hábito há muito negligenciado.

Eu sabia desde o início do ano passado que essa atividade intelectual poderia eventualmente inspirar ou ajudar alguém. Mas confesso, a prioridade era me sentir vivo.

Acredito que o objetivo foi de certa forma alcançado, mas sobrou um gosto amargo na boca.

A realização de que, para mim, a felicidade talvez dependa da sensação de ser útil.

A compreensão de que a associação de felicidade e utilidade com sentir-se vivo liga incondicionalmente ser útil a existir e, diante do afastamento físico das poucas pessoas próximas, expor a vida nas redes sociais foi usado como ato em prol dessa existência.

O contrário, a suposta solidão, percepção de uma existência não observada, compreendida como nula.

Sim, eu sei. É aqui que comumente a pergunta vem à mente: viver para quê?

Então, a recolocação aconteceu.

A utilidade, da noite para o dia, fez-se presente: luz, guia, realização e sim, um pouco de felicidade.

Hoje, pego-me pensando sobre o tema sem aceitar essa associação, por mais que reconheça os seus efeitos práticos. Pergunto-me se não há aí um mecanismo ou argumento milenar em ação. Acho que sim.

Recuso-me a aceitar que a felicidade dependa de sentir-se útil, fazendo uma distinção importante entre utilidade e ação (algo já abordado ao longo da história por tantos filósofos como Sartre e Viktor Frankl).

Então, lembro-me do livroA Sociedade do Cansaço“, de Byung Chul Han, mentalmente associando a “utilidade” às atribuições do “sujeito de desempenho” descrito na obra.

E putz, faz um sentido absurdo.

E sabe quando esses questionamentos internos ficaram mais fortes?

Quando percebi, ainda no primeiro mês de volta ao trabalho, que não só as minhas postagens nas redes sociais caíram em frequência, como comecei a desenvolver uma rejeição a elas, em especial ao Instagram.

Será que substituí o esforço de me sentir útil através da produção de conteúdo por um emprego formal?

Será que cansei das personas perfeitas e irretocáveis, das imagens icônicas de bundas, peitorais, músculos, filtros, bens e bem-estar fabricados?

Será que… quando a gente percebe a fábrica viciada de certas coisas, não dá pra “desver”? Não dá pra ir contra valores e consumir algo que bate na trave?

Não seria essa uma reação de manutenção de uma zona de conforto sobre a qual tanto já escrevi aqui?

Ainda é cedo para responder.

Não obstante, a sensação de sentir-me útil e acolhido profissionalmente tem a sua valia.

Posso recusar-me a aceitar essa realidade, mas ela existe e sinto seus efeitos.

Então, que seja, por enquanto, a comemoração dos dias 15 de fevereiro e 1o de março de 2021.

E que eu possa olhar para o meu imposto de renda em 10 anos e ver os pagamentos para terapia com uma sensação de conquista e superação, desassociado da ideia das crises de depressão.

Quem sabe, lá, terei uma percepção mais clara do direito de existir, diferente de uma condição de utilidade.

Eu quero ter esse direito sem precisar de nada mais. Afinal, se é um direito, não há condições.

Agora, preciso descobrir se as condições são auto impostas.

Aliás, será mesmo um direito?

Parece-me uma conquista individual e diária.

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Sobre Crenças Limitantes Autoimpostas

É inquestionável a característica de sermos seres sócio dependentes.

Nascemos incapazes de sustentar a vida autonomamente e sem o apoio dos sistemas sociais, profundas consequências ocorrerão.

Nos últimos 2 anos, emendei por um bom tempo o auto #isolamento da depressão com o isolamento da #pandemia.

Mistura perigosa.

Quem é próximo sabe que um dos recursos que mais usava era ir a um local de ampla circulação de pessoas, trabalhar e #escrever de lá.

Nossa, como sinto falta e como me fazia bem.

Cafés e shoppings eram meu ambiente preferido até a natureza da vida trazer mudanças e “sugerir” uma adaptação.

Senti a porrada. Sentimos a porrada, certamente.

Mas negar o inevitável não produz potencialmente resultados positivos.

O que produz é reconhecer o estado atual e planejar adaptações de acordo.

Caramba, como eu me impunha #comportamentos limitados sem NENHUMA base, seja prática, emocional ou racional!

Eles simplesmente estavam lá.

Hei de investigar o porquê.

Uma dessas limitações?

“Escritório não é lugar de plantas.”

Quem disse?

Outra limitação?

Conferências virtuais não são um lugar legal para fazer #brainstorm, para conversas aleatórias ou para desabafar.

Quem disse?

Quer mais uma?

“Não dá pra ter empatia através de conferências virtuais.”

Cagar regras traz um senso de mundo ordenado, algo que pode ser benéfico em um contexto desordenado.

Mas cagar regras demais pode destruir a #adaptabilidade e a #inovação.

Conheçam “Esperança”, minha mais nova companhia:

Um #Bonsai talvez seja um excepcional exemplo da capacidade de adaptação e resiliência de um ser vivo. Ele molda-se totalmente às limitações impostas, mesmo que artificiais e produz um resultado belo, elegante e duradouro.

“Não é o mais forte que sobrevive,
nem o mais inteligente,
mas o que melhor
se adapta à mudanças.”

Leon C. Megginson

Pensava que essa citação era de #Darwin?

Pois é, não é.

Questione, questione-se, reinvente-se e o número de possibilidades simplesmente explodirá.

#OGuiaTardio #Evidências #Adaptação #Depressão #Mudanças #Sociedade

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Motivação Pensamentos Com Vida Própria Pessoal

Um Passo de Cada Vez

Comecei na área de tecnologia aos 16 anos.

Se contar dois anos de estágio, são 30 anos de estrada.

Destes, foram cerca de 4 anos e meio sem emprego, em 3 períodos (3 anos, 6 meses e 14 meses), ao longo da carreira.

Não houve período fácil.

Fui educado a ser útil. Algo profundamente enraizado em minha identidade.

Não ter emprego destruiu essa identidade e realizou profundas mudanças, construindo outras.

Aprendi, reinventei, resisti; chorei, cambaleei, cai.

Levantei.

15 anos atrás, lembro de uma palestra onde uma proeminente figura da área falou sobre o tema.

Numa paráfrase, disse respeitar aqueles que vão à falência, aqueles que quebram, ficam à margem e retornam.

Não ha maior aprendizado.

Mas hoje, olho para o passado e percebo como fui privilegiado.

Apesar dos períodos de fome, não moramos na rua.

Apesar das diversas crises de depressão, houve uma saída.

Apesar dos apertos, cicatrizes e quedas, houve uma infraestrutura mínima de sobrevivência.

Mas nem todos tem essas oportunidades.

Nem tudo o que é possível para o ser humano é possível para todos.

Meu mais profundo respeito aos milhões de pessoas que ainda lutam ou que já desistiram.

Se você está lendo esse texto, do fundo coração, mesmo desistindo, eu gostaria de dizer a você que há uma luz no fim desse túnel, apesar de só poder falar da minha limitada experiência.

Quando nos sentimos no fundo do poço, o desespero bate à porta. Lá, é um desafio gigante perceber o todo. Às vezes, tudo que a gente precisa é colocar um pé na frente do outro, dar um passo. Olhar para o pé que está atrás, movê-lo pra frente e dar outro passo.

E quando menos esperamos, não estamos apenas caminhando; estamos deixando o fundo.

#UmPassodeCadaVez #Depressão #Desemprego #Pandemia #Superação #Oportunidade #Esperança

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COVID19 Tecnologia Vida em Geral

Senso de Pertencimento, Comunidade e Contribuição na Pandemia

[Temos um vídeo no Youtube sobre este assunto. Para assistir, clique aqui]

Muito já falei aqui no blog sobre empatia, incluindo questões comumente associadas, como trocas e reciprocidade.

Estamos vivendo um momento de profunda transformação pessoal e social com a pandemia de COVID-19 e, de uma forma geral, em princípio, o canal que permite à sociedade manter-se coesa foi alterado.

Então, resolvi fazer uma breve pesquisa para testar algumas hipóteses sobre o tema e os resultados foram surpreendentes.

Durante o período de 19 a 23 de setembro de 2020, fiz um questionário, enviado pelas redes sociais e grupos de mensagens, sobre o senso de pertencimento social, comunidade, contribuição, apoio e como a pandemia de coronavírus tem afetado a percepção individual dos temas, além do impacto da tecnologia sobre a empatia e inteligência emocional através de recursos incluindo redes socias e aplicativos de mensagem como Facebook, Instagram, WhatsApp e Telegram.

De uma forma geral, não só a percepção de pertencimento e contribuição tem aumentado do início do ano para cá, como o sentimento de não acolhimento e de tristeza foram a minoria das respostas.

Apenas uma das perguntas levou à respostas compatíveis com as minhas suspeitas inciais: de fato, estamos sim usando mais a tecnologia para nos apoiar no dia a dia, como forma de manter os laços de contato e empáticos.

Importante, antes de falar sobre as perguntas e respostas em si, que trata-se da percepção livre que cada um tem sobre o tema, cabendo aqui a interpretação pessoal do enunciado e das perguntas.

Além disso, a pesquisa estabeleceu como premissa que:

  1. De uma forma geral, pertencemos a sistemas que representam algo maior do que nós, onde o senso de comunidade pode potencialmente surgir, para os quais contribuímos e recebemos ajuda;
  2. Que o conceito de empatia a ser considerado é o reconhecimento cognitivo das emoções, pessoais e alheias, o compartilhamento delas entre os membros do grupo e onde sente que as suas emoções são compreendidas;
  3. Que as respostas deveriam ser dadas considerando apenas o período do inicio de 2020 até o momento presente (20 de setembro de 2020).

A primeira pergunta foi sobre o senso de pertencimento em si:

– 43% acredita que houve uma aproximação das comunidades aos quais pertence e que mais empatia ocorreu. Apenas 18% responderam que houve afastamento e menos empatia. 33% sentem que nada mudou.

Na segunda pergunta, foi considerado o senso de acolhimento:

– 38% responderam que a forma de se relacionar mudou. Apenas 16% responderam que houve afastamento e menos acolhimento, resultado compatível com a primeira pergunta. 23% sentem que a relação manteve-se a mesma.

A terceira pergunta foi sobre contribuição. Aqui, outra surpresa:

– A maioria, 62%, entende que a sua própria contribuição para as comunidades aumentou e apenas 17% afirma que ela diminuiu. 21% consideram que estão contribuindo da mesma forma.

Na quarta pergunta, avaliamos a situação oposta à pergunta anterior: a percepção de receber ajuda e apoio:

– 41% das pessoas que responderam sentem-se mais apoiadas e 23% menos apoiadas. Outra surpresa: mesmo com o distanciamento social, houve um aumento na percepção de sentir-se apoiado. 36% sentem-se do mesmo jeito.

Em quinto, abordamos o número de comunidades aos quais cada um considera pertencer:

– Temos 41% das pessoas afirmando que o número comunidades ou grupos aos quais consideram pertencer aumentou. Apenas 21% afirmaram que a quantidade de comunidades diminuiu e 38% percebem que não houve mudança.

Em sexto, talvez o resultado mais esperado, relacionado à tecnologia:

– A grande maioria de 80% afirma que o uso de tecnologia aumentou como recurso para manter-se próximo das comunidades. Apenas 2% responderam que estão usando menos tecnologia. 18% consideram que o uso da tecnologia permaneceu o mesmo.

Na sétima pergunta, temos uma situação composta: avaliamos se uso de redes sociais aumentou ou diminuiu e, ao mesmo tempo, se a mudança ajudou ou atrapalhou no senso de pertencimento:

– De uma forma geral, temos 65% das pessoas (somando as respostas onde houve aumento do uso) afirmando que uso das redes sociais AUMENTOU… Mas destes, 35% avaliam que isso ajudou e 30% que atrapalhou em sentir-se parte da comunidade. 26% entendem que não houve mudanca.

Em oitavo, temos a mesma consideração da pergunta anterior, entretanto, focada em soluções de mensagens, como whatsapp e telegram. Aqui, o resultado muda consideravelmente:

– A  maioria de 62% entende que o uso não só aumentou como tem ajudado a manter o senso de pertencimento. Apenas 20% consideram que o uso de mensagens atrapalhou e 12% responderam que o uso de mensageria permaneceu o mesmo.

Por fim, na nona e última pergunta, também composta, temos talvez a maior surpresa: ao avaliar o senso de acolhimento e pertencimento frente à percepção de felicidade:

– Se somarmos as pessoas que percebem-se MAIS acolhidas, temos a maioria de 54%. 28% consideram-se mais afastadas. Apenas 21% consideram-se menos felizes… E 18%, que não houve mudança.

Podemos potencialmente concluir algumas coisas diante das respostas dadas:

  1. O uso de tecnologia tem sido fundamental durante o período e é parte integrante da manutenção do senso de pertencimento e comunidade, da troca empática e do dia a dia no nosso “novo normal”;
  2. Não só houve um aumento na percepção de contribuição como as pessoas sentem-se mais apoiadas, uma relação direta entre as respostas das perguntas 4 e 5, o que faz sentido;
  3. Ao contrário do que a crença popular trouxe, o impacto da pandemia não provocou uma epidemia de infelicidade, não afetou o senso de pertencimento e comunidade de uma forma geral e talvez as pessoas estejam se adaptando ao novo normal melhor do que o esperado. De fato, as respostas indicam que houve aproximação e não afastamento, de uma forma geral.

Particularmente, acreditava que a percepção de afastamento e as consequências decorrentes seriam predominantes, mas não foi isso que as respostas trouxeram.

Claro que estamos falando de uma pesquisa feita informalmente na Internet e que os relatos são anedóticos. Entretanto, gostaria de ver algo cientifico sendo feito neste sentido. Se algum de vocês souber de pesquisas científicas relacionadas ao tema, por favor, coloquem nos comentários!

E você?

O que achou desses resultados? Era o que imaginava ou diferente das suas expectativas? Falem-me aí embaixo!

Convido-o a assistir o vídeo e a assinar o canal no Youtube.

Se preferir, pode ouvir os resultados através da sua plataforma de podcast preferida, basta procurar por “O Guia Tardio”.

Para acessar uma planilha com os dados originais, clique aqui.

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Ditadura de Risos e Aparências

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Como aficionado por tecnologia, assíduo participante de fóruns e debates online desde a época das BBS (isso tem bem mais de 20 anos), das pessoas que conheço, fui um dos primeiros a entrar nas redes sociais, ainda quando cada uma delas surgiu.

Em algum momento do passado (por volta de 2005), apaguei boa parte e fui recriando ao longo dos anos (Eu sei exatamente porquê apaguei minhas contas).

Dos debates enviados através do protótipo do que viria a ser o email de hoje, através das BBS até as redes sociais, a comunicação virtual mudou totalmente.

Mensagens demoravam dias para chegar e assemelhavam-se literalmente ao processo de escrever e enviar uma carta, só que eletrônica.

Na época, existia ego, sim. Mas pela ausência de uma série de coisas que se fazem presentes hoje, ele estava associado irremediavelmente aos bons (ou ruins) argumentos apresentados.

Dica: se sua vida online é… digamos, forte, presente e contundente, leia este artigo, procure pela pirâmide da discordância de Graham ou, se me permite, leia o livro que lançarei em breve (O Guia Tardio).

Agora, a comunicação é instantânea e volátil.

Mais, existe uma associação íntima entre a mensagem, o veículo e a identidade.

Mais ainda, existe uma confusão entre identidade, imagem e mensagem. Aparentemente, tudo tornou-se uma coisa só, a personificação da perfeição.

Isso posto (retornaremos ao tema adiante), mudemos de assunto.

Estamos vivendo um momento que é único para todos.

Não que os momentos vividos não sejam únicos, mas a pandemia que se instala nunca foi vivida pela grandiosíssima maioria da população.

Na verdade, não foi vivida por ninguém, afinal, qualquer situação anterior, de magnitude semelhante, foi em um mundo totalmente diferente do atual.

Estou há 40 dias em quarentena.

Achava que gostava de ler.

Até não aguentar mais.

Fiz cursos, MasterClasses, assisti a lives.

Apesar de fazer conferências diariamente, a ansiedade ainda avisa que está presente.

Apesar de ter visto séries, filmes, caminhado dentro de casa, cozinhado, limpado, inventado, virado tudo que é eletrônico de cabeça para baixo e muito mais, estou algumas vezes triste. Algumas vezes ansioso, outras com medo.

E tem dias que acordo feliz.

O que há de errado comigo!!!!?

Vocês conseguem adivinhar?

Absolutamente NADA.

Estamos enfrentando uma situação de calamidade e é totalmente natural do ser humano sentir-se triste, ansioso, talvez desesperado em alguns casos, cauteloso.

É da natureza humana vivenciar emoções diante das adversidades da vida. É natural de existir, ter sentimentos, emoções que afloram, tomam conta e podem nos controlar.

Faz parte.

Então, apesar de não estar tudo bem…

Está tudo bem.

Repita comigo: está tudo bem. Você é um ser humano.

Este é o ponto onde começaremos a conversar sobre aceitação.

Aceitar não significa concordar com um conteúdo desagradável, incompatível com suas metas ou objetivos.

Não significa baixar a cabeça para o que considera incongruente, errado, contra os seus valores ou na contramão do seu propósito.

Aceitar é entender as circunstâncias, a realidade objetiva de forma calibrada para, aí sim, agir da forma mais adequada possível.

Significa não se apegar ao ego, ao material, aos julgamentos e ao preconceito. Você pode estar se perguntando se consegue fazer isso.

O desafio é considerável e muitas vezes precisamos do luto, de passar por um período de negação e de rejeição do que é, pela dor, pela raiva ou pelo medo. Você não está com defeito… é assim mesmo.

Aceitar a realidade, aceitar quem somos e que temos momentos felizes, tristes, ansiosos, com medo e, mais uma vez…

Faz parte.

Então, voltamos para o início, sobre a confusão entre identidade, imagem e mensagem.

O que isso tem a ver com a internet?

Aparentemente nada, mas ao consideramos a saúde mental, tudo.

Confesso que tenho sentido uma certa aversão às redes sociais.

Nelas, vive-se em um mundo de aparências.

Vive-se em um mundo do esteticamente belo, dos sorrisos, da positividade e da abundância.

Nós, como seres humanos, não somos assim.

Não, não somos assim.

Essa é uma estratégia de marketing, de promoção e de prova social.

Quem sou eu para falar o que um digital influencer pode ou não fazer nas redes sociais?

Ninguém… a minha preocupação é com você, a pessoa fora das redes, seja influenciador digital ou não (não seremos todos nós?).

Ser humano igual a mim, que tem suas preocupações, anseios e desafios do dia a dia, que vive em um mundo longe da perfeição.

O ser humano é imperfeito.

Qualquer um.

Onde quer que esteja.

E, confesso, dentro de mim, em um canto profundo do meu ser, eu acredito que relacionar-se com essa suposta realidade da perene sublimação das redes sociais provoca efeitos diversos em nossa mente, seja conscientemente ou inconscientemente.

Eu tenho a plena certeza de que há uma persona de qualquer influenciador digital que tem seus momentos de tristeza. Assim como eu, como você, chora no banho ou ao dormir, diante de uma situação praticamente insustentável de uma dura realidade objetiva opressora, em algum momento do dia.

Pergunto a você… será que em algum canto do seu próprio ser, você não sente eventualmente a mesma coisa?

Já refletiu sobre o termo em si (influenciador digital)? Você se permite influenciar por uma realidade falsa ideal, perfeita e que não existe?

Será que essa ditadura de risos e de uma suposta e aparente felicidade nos afeta?

Eu acho que sim.

Ela nos afasta de nós mesmos e nos aproxima de uma realidade efêmera. Ela configura ideais inalcançáveis de perfeição e… sejamos honestos, se você, assim como eu, busca conhecimento e autoconhecimento, reconhecer felicidade, tristeza, ansiedade, o nosso lado positivo e negro faz parte da compreensão de uma série de interações que vão dentro da gente.

Faz parte de olhar para a imperfeição de dentro, não para a suposta perfeição externa.

Além disso, o processo em si também permite reconhecer esses mesmos processos no próximo. A pessoa diante de você tem as MESMAS questões. Isso gera empatia, gera reconhecimento de emoções.

Depois desse desabafo, permita-me uma sugestão: não importa o que veja nas redes sociais. Olhe para dentro de você. Reconheça-se como ser humano e todo o pacote que vem junto. Em você E nos OUTROS.

Se precisar de ajuda, peça. Sério. Do outro lado, encontrará sinceridade. Se entrar em contato, saiba que provavelmente vou falar coisas que doem (e ouvirei coisas que doerão).

Aceite-se. Abrace essa dor. Entenda-se.

Mas faça isso tomando por base quem é, e não o ideal de perfeição das provas sociais ou do mundo digital, um objetivo inalcançável, intangível e surreal.

 


Atualização em 20200426 1429 -0300GMT: No dia 25 de abril de 2020, o Prof. e Dr. Pedro Calabrez postou um áudio em seu grupo do Telegram, abordando o tema da aparência perfeita das redes sociais. Esse Áudio foi a inspiração para o texto acima.

No mesmo áudio, ele relata que faria na sequência um vídeo sobre o tema. Hoje, dia 26 de abril, ele foi publicado e você pode assisti-lo clicando aqui.


#OGuiaTardio

#Gratidão #Despertar #MomentoPresente #Inspiração #Motivação #Felicidade #FelicidadeExistencial #Partedeumtodo #Protagonismo #DesenvolvimentoHumano #DesenvolvimentoPessoal #Empatia

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Não Saber é o Campo da Criação

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Num dos vídeos que assisti pelo youtube do casal Flor e Manu (Maria Flor e Emanuel Aragão), eles falaram sobre mudança, no sentido de questionar até que ponto somos capazes de mudar após todo esse cenário da pandemia.

Será que nós somos capazes de transformar a nós mesmos? De efetivamente mudar, de verdade?

A nossa história como humanidade é a prova de que a mudança ocorre, seja por fatores internos ou externos. Nós nos adaptamos e adaptação é mudança.

Talvez não a mudança desejada.

Talvez uma mudança pautada na sobrevivência.

Talvez uma mudança pautada numa dor. Ou desejo. Dor ou desejo que torna-se maior do que a dor de existir onde se está ou é. Talvez uma mudança pautada no altruísmo ou na ganância, o que leva ao argumento seguinte.

Achar que necessariamente as mudanças serão no sentido da empatia, da cooperação, da admiração das pequenas coisas do dia a dia pode ser potencialmente ingênuo, assim como pensar que isso substituirá a opressão social, capitalista ou qualquer outra.

Eu particularmente gosto de acreditar nessa ingenuidade. Antropologicamente, o ser humano é um ser social e isso fez muito sentido por centenas de milhares de anos.

As mudanças ocorrerão em vários espectros e, como em um sistema caótico, essa efervescência da unicidade que reside em nós, em cada ser humano, torna impossível prever o que acontecerá em longo prazo.

Entretanto, essa busca do consumo desenfreado como base de uma felicidade efêmera fez e ainda faz muito sentido para muita gente. Quando falo “gente”, refiro-me a uma média social construída ao longo de centenas, talvez milhares de anos.

A máquina do consumo é um mecanismo de relativo “sucesso” para quem detém o poder e concordo até certo ponto com a ideia de que, dependendo de quão longe o efeito da pandemia vá, é bem provável que o retorno a esse mecanismo se dê em médio e longo prazo e uma mudança duradoura nas relações de consumo e produção não deve se sustentar.

Mas isso também não significa necessariamente que voltaremos para o mundo de ontem.

Um argumento bem direto: o mundo está percebendo que a globalização tem efeitos bastante negativos. Independente de quando essa crise acabará, tenho a plena certeza de que os governos estarão mais preocupados em cultivar nacionalmente uma independência internacional de produtos, serviços e insumos. Talvez o nacionalismo ressurja com características distintas.

Minha carreira profissional foi construída duas vezes na área de tecnologia.

Primeiro, na área mais técnica, até quebrar com a bolha da internet na virada do século. De lá para cá, voltei para a área comercial de importantes empresas multinacionais de tecnologia. Contudo, em 2018 e agora, novamente, encontro-me sem emprego e sem perspectiva de recolocação.

De fato, participei de vários processos de seleção: passei em dois que foram abortados por causa da pandemia.

Hoje, apesar de já ter entrado no dinheiro da aposentadoria, tenho saúde financeira para nos manter aqui em casa por mais alguns meses, considerando todas as economias e restrições possíveis.

Entrei numa nóia gigante de controle e isso tem trazido uma profunda tristeza ao ponto de questionar qualquer centavo gasto em qualquer coisa, até nas pequenas que podem trazer um pouco de felicidade.

Sou leitor compulsivo e tenho medido até os livros que compro no kindle, talvez uma das últimas diversões que tenha restado, além de olhar a varanda e fazer vídeo chamada com os próximos.

Ao pensar sobre isso, considero-me altamente privilegiado… e concordo com a perspectiva de que “só acho que o mundo pode eventualmente melhorar porque tenho o que comer e um teto”. Se hoje a situação fosse de completa ausência financeira e de onde morar, é bem provável que a minha perspectiva de futuro fosse bem pior.

Minha primeira crise de depressão foi quando a bolha da internet estourou e fiquei 3 anos desempregado. Ao longo dos últimos vinte anos, experimentei outras crises, mas apesar de tudo, olho para o passado e percebo claramente que sim, o ser humano é capaz de mudar. Apesar da situação atual, creio em um futuro melhor justamente por causa desse passado.

Portanto, não desistam.

Por favor, acreditem. “Não saber” é o campo da criação.

Agradeço com amor a @reebeccalouise por transformar um email para Flor e Manu em textão. <3

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COVID19: Diário de Quarentena, dia 16

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Diário de quarentena, dia 16: existe uma diferença GRITANTE entre otimismo e positividade.

Precisamos do primeiro agora e deixar a ingenuidade de lado.

Ontem falei sobre a negatividade que carregamos dentro da gente e que a usamos convenientemente quando entramos em contato com qualquer coisa relacionada ao que está acontecendo.

O outro lado dessa suposta negatividade é a positividade.

Não precisamos de nenhum dos dois acima.

Precisamos reconhecer os fatos como eles são e, aí sim, sermos otimistas, agindo e trabalhando conscientemente baseados em evidências. São elas que nos levarão através da jornada que se segue.

De fato, as pessoas só se darão conta do que está acontecendo quando começarem a perder gente conhecida ou próxima.

E o medo? Será que ele é pior do que a pandemia como andam dizendo tantos influencers nas mídias sociais?

Duvido.

O medo é totalmente necessário e crucial para a nossa sobrevivência – ele é uma resposta neurofisiológica à uma ameaça.

É por causa dele que evitamos muita besteira em nossas vidas e também paramos diante de algumas situações para pensar em alternativas.

Além de sentir o medo, você já tentou entender, no fundo, qual a causa dele?

Ignorância.

Ao não entendermos uma situação geramos medo. Medo do desconhecido, medo de não conhecer as consequências, extensão, dano, vantagens ou desvantagens do que quer que seja, como algo nos afeta ou àqueles com quem nos importamos.

Portanto, a melhor arma contra o medo é o conhecimento.

É entender o que se passa, estudar o caso, a proposição que a vida apresentou.

É olhar profundamente para o medo em busca de entender o contexto e sua origem.

Contrário ao que muitos pensam, coragem não é ausência de medo. Coragem é o triunfo sobre ele. Ao mesmo tempo em que o conhecimento diminui o medo, ele alimenta a coragem. Quando a coragem é maior do que o medo, as escolhas surgem.

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COVID19: Diário de Quarentena, dia 15

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Nos último dias, ouvi e li vários relatos de pessoas que não querem saber de absolutamente mais nada que envolva a pandemia de covid19, alegando tratar-se de muita negatividade e que isso não ajuda.

Posso propor uma reflexão?

Em muitos casos, a suposta “negatividade” já é uma reação do ser humano a muitas situações que simplesmente “são”. Fatos, a realidade calibrada como ela é não é boa nem ruim, ela simplesmente “é” e se isso traz uma reação negativa da nossa parte, a explicação já está aí: na nossa reação. A potencial “negatividade” ESTÁ EM NÓS, não na realidade em si.

Aqui, cabe outra reflexão: onde desenhar a linha que separa a fake news do grupo das mídias sociais dessa também suposta realidade?

Nós, como seres humanos, temos a resposta para isso há séculos: ciência.

Primeiro, é necessário mudar o conceito de ciência que muitos têm.

Ciência não é absoluta, pelo contrário – ciência é uma metodologia, um processo de aperfeiçoamento baseado em evidências e que faz um esforço enorme para fornecê-las sem os vieses cognitivos que são naturais dos seres humanos.

Se você acha que ciência tem a ver com verdades absolutas, é justamente o oposto. Nela, existem processos justamente para combater nossos vieses e questionar sempre.

Ao negá-la, abrimos espaço para entrada das crendices, suposições, superstições e fake news.

Portanto, a solução pode parecer complicada e desconfortável porque exige investigação da nossa parte (e é sempre mais “fácil” repassar uma mensagem de whatsapp do que ir atrás da sua veracidade).

Informar-se, procurar fontes, questionar a origem, investigar o que está acontecendo de fato através de pesquisa.

Existe uma diferença GIGANTE entre escolher ver vídeos de gente morta ou sofrendo no whatsapp e procurar informações sobre o que está acontecendo em veículos importantes de comunicação. Se você opta pelo primeiro caso para se manter informado, talvez a “negatividade” esteja em você.

Manter-se informado sobre o que está acontecendo dá o poder de tomar as melhores ações para você, seus familiares e amigos. Encaro isso não como acesso à negatividade, mas como oportunidade para agir adequadamente e trazer resultados positivos para quem amo.

Mas Romulo, os veículos de comunicação distorcem o que está acontecendo!

Sim, e é por isso que nós temos a capacidade de pensar e questionar. Ao invés de criar uma bolha cognitiva em torno de nós, usemos a nossa habilidade de entender, raciocinar e concluir para sermos protagonistas.

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O Maior Desafio da Humanidade no Século XXI

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SARS-CoV-2 é o nome do vírus. COVID19 é o nome da doença.

Eu tenho 45 anos. Não estou no grupo de risco, mas tenho duas pessoas que amo, dentro de casa, nele.

Quando eu saio na rua, sinto a responsabilidade sobre os meus ombros.

A responsabilidade de não trazer essa “questão” para dentro do meu lar, onde a probabilidade de complicações dispara do meu índice de 3% para o índice de mais de 20%, das pessoas com quem convivo.

Então, ao sair no início da semana e voltar para minha residência em uma subida de elevador com quatro pessoas em grupos de risco que acabavam de retornar da praia, essa questão passou a ser minha. Pessoal.

Hoje, 22 de março de 2020, estou em casa.

Mas ontem, fui à farmácia comprar remédios essenciais ao meu Pai, que tem 87 anos. Na fila, vi uma Senhora com mais de sessenta que estava de biquíni e máscara.

No dia anterior vi, da minha janela, uma fila de pessoas em um banco aqui na esquina.

Nas mídias, vi pessoas em filas para comprar álcool em gel.

Todos são indicadores de que a nossa sociedade NÃO está entendendo o que está acontecendo.

Atualmente, estamos falando de cada infectado potencialmente transmitir o COVID19 para de 2,5 até 5,3 pessoas. Isso é inaceitável.

Alguém doente, por menos que seja atingido, pode ser um vetor de infecção para alguém que sofrerá as consequências.

Alguém que não se isola socialmente é responsável pela propagação daquilo que será o nosso maior desafio como humanidade no século XXI, se nada mudar.

De acordo com a curva brasileira de progressão do COVID19, estamos diante de um cenário de parada total do país por mais quatro meses, no mínimo. Quanto mais pessoas infectadas, mais mortes teremos e mais demorará para nos recuperarmos.

Tenho acompanhado de perto a evolução da pandemia. Compilo abaixo alguns dados e informações úteis, válidos agora (20200322 1542 -0300GMT). Dada a efemeridade das informações e a velocidade com a qual a situação evolui, isso pode mudar rapidamente:

https://labs.wesleycota.com/sarscov2/br/

https://covid19br.github.io/index.html

https://bing.com/covid

https://gisanddata.maps.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd40299423467b48e9ecf6

https://www.reddit.com/r/coronabr/

https://www.worldometers.info/coronavirus/

Isolem-se fisicamente, mas informem-se. Planejamento agora, é tudo e ele depende da conscientização em massa.